quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Pai..."




Um herói para mim, com a devida arrogância e distância. Olha para mim pelo canto do olho, e dá respostas curtas como se o culpado de estar na sua vida fosse eu. Não queria o compromisso comigo, não tinha tempo para coisas sérias, ficando as justificações pelo próprio trabalho que exercia e tanto me fascinara.
As suas glórias foram meus momentos de felicidade, os seus falhanços a minha tristeza imensa. Eu era por quem ele era, porque assim tinha que ser, e nunca fui bem explicado. Nunca tive culpa dos meus fracassos, mas a pressão de tão reduzido investimento em mim era tanta que me auto-maritirizava, fechado na prisão a que me condenou.

O choro, a tristeza, o fracasso dele faziam-me chorar, porque era eu quem sofria mais por gostar tanto dele.
Ainda hoje é assim. Não suporto ver-te chorar. É como se fosse eu o teu pai, mas ao contrário. Provavelmente nunca amei ninguém como te amo a ti.

Ver-te a dar o braço, e não apenas o dedo, num momento tão difícil enche-me de alegria e motivação.
Só precisei de esse bocadinho a mais de investimento, pai. Foi ele que me faltou estes anos todos, e agora... tento mudar os teus olhos, límpidos e esverdeados, para que não me vejam como o falhado que sinto ser.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Look..."


"Livre de um senão, estou
Preso no meu castelo que alguém esculpiu
Em ti, sou
Algo que de sentimentos se despiu

Razão, não a quero
Ficar, preciso
Palavras, eu venero
Procuro, sorriso

Situação difícil,
Consciente, em excesso
Entras como um míssil
No meu universo"

10/06/09

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Não é preciso ter talento/ Apenas um palmo de cara"


Seguem-se rumos por influências. Carreiras de uns influenciadas por outros, que nem da mesma carreira são. É assim que se fazem advogados, polícias e ladrões- vêm do (hoje em dia) imenso mar que é o entretenimento, e quando dão à costa sentem logo o piso irregular, desconfortável que terão de percorrer durante o resto das suas vidas. Não fazem para mudar, se chegam à estabilidade... não é obrigatório ser ambicioso, porque é que o haveriam de ser?

Gera-se assim a incompetência, porque se pensa que a vida será sempre aquele mar que se nadou na adolescência. Não resta mais nada se não pedir ao tempo a impossível proeza de andar para trás.

E assim andamos, com gente incompetente, em marcha lenta... um país de tartarugas.


Eu gostava de ser a personagem Hank da série Californication ou Danny Crane do Boston Legal quando chegasse à idade deles... mas as coisas não serão assim, e qualquer um de nós jamais será semelhante a qualquer personagem que por aí apareça. Por isso faça-se o que se gosta, e não o que se "aprende" a gostar