sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Appetite for Destruction" (UTA*)


Nunca tinha prestado atenção nem nunca tinha sido grande fã do fenómeno que é e foi os Guns N Roses, até certa altura.
Amigos e conhecidos meus tinham t-shirts, falavam-me da personalidade incontrolável de Axl Rose e do brilhantismo de Slash. Mas eu, não sei bem porquê, ficava-me pelos clássicos deles e pouco mais: nunca tive grande interesse em descobrir para lá da Knockin' on Heavens Door ou da Sweet Child O' Mine...

... até certa altura. Altura essa, que coincidiu com o lançamento do novo álbum da banda, o Chinese Democracy. O ruído à volta do álbum era imenso: foi lançado com uns (salvo erro) 13 anos de atraso, e era o primeiro álbum de originais da banda desde o Use Your Illusion II, lançado 17 anos antes (curiosamente, no meu ano de nascimento).
Li um artigo numa popular revista nacional sobre Axl, e contínuas mensagens de expectativa em relação ao novo álbum da banda. Despertou-me a curiosidade e decidi fazer-me à aventura... um amigo e colega de turma aconselhou-me a ouvir os álbuns anteriores a este para notar a diferença entre o presente e o passado. Assim o fiz.

Appetite for Destruction gerava, logo pelo título, uma sensação de libertação e de rebeldia. E "os motores de arranque" do Welcome to the Jungle dão mesmo o mote para o começo de uma jornada incrível. Sou confrontado com um hard rock potente quando passo para Night Train ou Mr. Brownstone (que tão colada ao meu ouvido ficou). O caos não pára, e só aumenta quando a sequência desde Paradise City a Think About You rasga os meus tímpanos. Segue-se a mítica Sweet Child O Mine, com aquele que é, simplesmente, o início mais fulgurante de sempre... a sugerir felicidade ao expoente máximo- música mágica, sem dúvida. Até aqui foi sempre a subir, e as últimas três faixas do álbum acabam por soar um bocado menos acessíveis ao ouvido, escondidas as suas qualidades pela grandiosidade da música que as precedeu- único defeito apontado ao álbum.

No fim, sentia-me feliz, realizado. Não sei pelo quê, nem porquê. Mas os Guns, com Appetite for Destruction, logo na primeira vez que ouvi o álbum, conseguiram uma empatia muito difícil de criar. A partir daí, a minha indiferença aos Guns desapareceu radicalmente.

Indiscutivelmente, um dos melhores álbuns da década de 80, e muito provavelmente, um dos melhores de sempre. Vale a pena!

P.S.: Carreguem aqui para ouvir o álbum completo.

*Um dos Tais Álbuns

12 comentários:

Joseph Pina disse...

Guns! São das minhas bandas favoritas (arrepio-me a ouvir a versao do godfather pelo slash, tenho poster's deles no quarto... enfim). O appetite é simplesmente um dos melhores albuns de sempre e ha poucas duvidas sobre isso. Em clima de festa/uniao/convívio com que goste, costuma ser algo extraordinário. Lindo.
Gostei do texto: bastante acessível. Continua!

Rui Cortesao disse...

Sem duvida Joseph. Para mim Sweet Child rebenta com tudo. Segundo algumas votaçoes, tem o melhor riff de sempre. Mas nao se fiquem apenas pelo Appetite. Use Your Illusion I e II sao albuns tambem bastantes bons, ja para nao falar do solo final da November Rain, que é tambem um dos melhores de sempre. Sao uma banda com extrema (e as vezes demasiada) loucura nos palcos. Mas a verdade é que ja acabaram. Sim acabaram, porque agora a banda é so o Axl com uma voz miseravel e uma cambada de desajeitados nos instrumentos. Chinese Democracy foi um fiasco, nem direito a Tour teve.
Ja agora aconselho a ouvir Estranged, tanto pela parte musical como pela letra.

Chin-Tzu disse...

Respeito que seja um dos tais albuns, e nao tendo ouvido o album todo nao posso opinar muito sobre a cena... mas pelo que ja ouvi, nao curti mt. pralem disso, o axl sempre me pareceu um egocentrico do crl sem respeito pelos que o rodeavam. dai nao ter grande pica pelos guns

Anónimo disse...

eu penso que melhor que isso tudo é o tó e o bicho. canta o tó e toca o bicho

Ger Duarte disse...

Ok, Guns and roses? Desconhecia o teu gosto por eles. Eles são fantasticos! A energia, a rebeldia e a incomparavel voz de Axl Rose! Como já disse: quem me dera ter nascido uns anos antes noutro pais para poder assistir ao nascimento destas grandes bandas!

MendesMachado disse...

Anónimo: esses são os autores do "dois tractores", cuja letra se dá por "tenho dois amores que em nada são iguais, um é a motor e o outro a pedais"?. Gosto, sim senhor. Mas Guns não chegam nem lá perto :P

Ger: somos duas pessoas nascidas fora do tempo e do espaço certo.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mohamed disse...

नमस्ते गंदगी का मेरा टुकड़ा

Ger Duarte disse...

Eu nao podia estar mais de acordo ctg!

Ger Duarte disse...

Um aparte, conteúdos perversos aqui no blog?
( citando, "eu penso que melhor que isso tudo é o tó e o bicho. canta o tó e toca o bicho")

MendesMachado disse...

Gente alegre, é o que anda para aqui... enfim :)

Anónimo disse...

caso a senhora ger duarte nao saiba, mas fica desde já a ter conhecimento, a perversidade nao esta em quem diz(escreve), mas sim em quem ouve(lê).