quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"(...)makes you really want to think and stop(...)your eyes from flowing"



Momentos de genialidade. Todos têm, e tenho garantias de que apenas são aproveitados ao máximo em cerca de 5% das vezes pela maior parte das pessoas.
Claro que há os sobredotados ou os génios. Esses têm mais momentos desses, ou melhor, têm-nos e não os sentem, ficando o que eles vêm de banal numa obra a magnífica concepção de uma beleza rara ao olho comum. Esses, acabam por ser infelizes por nunca se aperceberem realmente do valor do que fazem, apenas "ouvem dizer" que fizeram. Vivem na eterna tristeza do vazio de nunca terem feito algo que os ultrapasse.

Os felizes, normais, conseguem aperceber-se dessa riqueza que têm dentro deles e do potencial que, de facto, têm. E se dão à luz do Mundo uma obra prima que se possa repetir, a tendência é para o fazerem- espalhar o génio deles. Mas claro, a mística nunca será a mesma para eles, e mais tarde ou mais cedo aperceber-se-ão das falhas da sua obra. As falhas que eles vêem e mais ninguém vê. E tornam-se nos verdadeiros tristes ("afinal só sou o que sou aos olhos dos outros"), por se aperceberem de que uma das suas maiores obras, das que mais se orgulham, não tem tanto valor assim. Apenas os outros conseguem enxergar a face mais brilhante de um ser não-iluminado.

Daron Malakian, de origem arménia, normal e feliz por natureza, conseguiu ter um momento brilhante à guitarra numa qualquer experiência. E da rude e violenta "Psycho", conseguiu prolongar um solo aparentemente "improlongável", e trazer calmaria onde essa parecia impossível existir. Deixou andar os seus dedos e fê-los "puxar" o canto da guitarra. E o resultado foi genial. Momento de genialidade. "Sacou" esse solo (Serj, seu colega de banda, auxiliou-o com o piano), partilhou a genialidade com o Mundo, e o resultado nada mais foi que não pura magia- o súbito prazer que surge ao ouvido do comum fã de música e, sobretudo, de System of a Down.
Duvido, pelas várias vezes que o fez, que ele consiga sentir o que nós sentimos a ouvir a sua obra. Nem mesmo ao vivo, porque não acredito no contágio emocional neste tipo de coisas. A fantástica tristeza.

Ouçam, que vale a pena (é a partir do minuto 02:52, mas nada perdem a ouvir a música toda ou a assistir ao fenómeno da fantástica massa amada de uma das minhas bandas de eleição).

5 comentários:

Cris disse...

lindo... ja o conhecia, e confesso que ja nao o ouvia a algum tempo. mas e' daquelas cenas que nao se esquece. lindo, mesmo

MendesMachado disse...

"lindo"- não podia concordar mais

Beatriz Martins disse...

wow a parte da guitarra está mesmo fantástica!!sem palavras.

Chin-Tzu disse...

:| amazing

MendesMachado disse...

... pois é :)