domingo, 25 de outubro de 2009

"The Marshall Mathers LP" UTA*


Negar o passado é algo que considero reprovável, e, apesar de não fazer tudo o que admito fazer e de me ser conveniente negar certos factos da minha vida passada, tento o máximo possível admitir o que se passou em tempos distantes. Mas mesmo distantes:
Foi há cerca de 8 anos atrás, a música "Stan" era um dos singles em top's pela europa fora. Cá o sucesso não era tanto, mas na altura os canais de música (há excepção do extinto "Sol") eram todos estrangeiros. Eu, como típico pré-adolescente a descobrir a paixão pela música, dividia a minha programação entre futebol e esses precisos canais. A música "Stan" ficou-me no ouvido, e foi um daquelas paixonetas, aparentemente assolapada, por single's.

Juntamente com um Nokia 3310, roupa da "Resina" (bem disse que me custava admitir certas coisas...), artigos de futebol e feijões mágicos do Harry Potter (...mesmo), lá estava ele: The Marshall Mathers LP, com 18 músicas inapropriadas para um miúdo de 10 anos tão aparentemente precocemente desenvolvido. Nas primeiras alturas, naturalmente, só ouvia a "Stan". Mas a curiosidade de um pré-adolescente explorador, e o número excessivo de vezes que tocou a faixa 3, levou-me a explorar o resto CD.
Começa com um anúncio público a avisar os críticos de que, independentemente do que escrevessem, ele não quereria saber... segue-se a controversa e orelhuda "Kill You", que antecede a música do momento. Seguem-se uns "skits" de conversas com supostos editores, e mais músicas extremamente corrosivas em relação à sociedade, mantendo a identidade muito característica de Eminem- do talento do homem para a lírica ninguém pode duvidar (negar, muito menos). Este talento, era acompanhado com uma batida, por norma, dramática, que conferia às músicas uma natural afeição ao ouvido. Era qualquer coisa de brilhante, algo que conseguia identificar na altura... e ainda hoje consegui.

Eu, com uma identidade musical relativamente segura e que se distancia deste tipo de música, decidi ouvir o álbum e recordar os saudosos tempos de inocência (que ironia), e digamos que não passei um mau bocado nem cheguei enfartado ao fim do álbum... antes pelo contrário, descobri outra coisa fantástica nele: chama-se "Kim", e demora 6 minutos- trata-se de uma discussão altamente acesa sobre o rapper e aquele que supostamente seria o amor da sua vida, sendo a música com o tom mais dramático e acompanhada por uma conversa cantada... é muito bom, seja qual for ouvinte.

O álbum estaria aqui inevitavelmente. Mas não custa assim tanto admitir o passado.

P.S.: Carreguem aqui para ouvir.

*Um dos Tais Álbuns

4 comentários:

Cris disse...

O grande Eminem. ahahah. antes ainda se ouvia mas agora e mais uma figura publica com estatuto de jet 7 q outra coisa

MendesMachado disse...

Acabo por concordar contigo. O Eminem, agora, mais facilmente é reconhecido por ter "Bruno's" a cairem-lhe ao colo do que pela sua obra...

Anónimo disse...

desde que caiu nas redes da paneleiragem nunca mais foi o mesmo

MendesMachado disse...

É um assunto que realmente me interessa, e que apesar de teres falado nele com alguma paródia tem o seu interesse de discussão: os gostos por artistas não devem ser discriminados pela sua orientação sexual. É um mero dado pessoal, e com o qual ninguém tem nada a haver. Eu gosto bastante de Placebo e os líderes da banda são bi-sexuais. Admiro Neil Patrick Harris e o seu papel como Barney na série "How I Met Your Mother"... na vida real, é gay. Se muda alguma coisa? Claro que não. Mas este assunto poderei desenvolver noutro artigo.
Fala um heterossexual, seguro da sua sexualidade.