
Na passada segunda-feira o Benfica voltou a vencer e a, mais que convencer, encantar os afectos ao clube. 6-1 foi o resultado final, frente à quarta melhor equipa do campeonato passado e a uma das quatro integrantes do panorama europeu português.
A equipa voltou a apresentar um futebol atraente, com muito jogo ofensivo e coordenação entre as peças principais do xadrez de Jorge Jesus.
Como de costume, o resultado, na primeira parte, foi modesto: 2-1 (algo que serviria para a satisfação dos adeptos benfiquistas em outros tempos). Mas o Benfica, seguindo a tendência dos últimos jogos, entrou em força, e passada uma hora de jogo os golos marcados já haviam duplicado, ficando a meia hora final preenchida com mais dois tentos.
O ânimo para o jogo era o mesmo dos últimos (grande expectativa, e confiança numa vitória), mesmo pesando o facto de encontrar-se uma equipa, por norma, organizada na defesa e com soluções atacantes eficazes. No entanto, a notícia da lesão de César Peixoto caiu um bocado mal na confiança, surgindo a dúvida sobre a capacidade defensiva do seu substituto, Fábio Coentrão (independentemente da moral e forma apresentadas pelo novo puto maravilha).
Manuel Machado, como seria de esperar, apostou no corte das linhas laterais para prevenir o perigo do incansável Ramires e o creativo Di Maria. E foi isso que "tramou" o Benfica nos primeiros instantes. No entanto, a decisão de Jesus em colocar o improvisado lateral esquerdo Fábio Coentrão trouxe de volta a mística recente dos encarnados e, ao colocar duas lanças apontadas ao ataque no lado esquerdo, desequilibrou e baralhou as contas dos madeirenses e, na minha opinião, foi essa a chave do jogo: no primeiro golo, Patacas (lateral direito do Nacional) ficou com Di Maria e esqueceu-se de Coentrão que fugiu e assistiu Cardozo para "matar"; no segundo, ninguém contava com um "canto indirecto", o que baralhou as marcações e permitiu o puto-maravilha assistir Saviola para o re-estabelecimento da desigualdade no marcador. Esses são lances capitais, a meu ver, e Coentrão revelou-se decisivo (o homem do jogo, a par do "hat-tricker" Cardozo).
O próximo jogo é em Braga, um dos jogos mais difíceis da Liga e que mais responsabilidade exige da equipa. Jesus pretende colocar Coentrão à esquerda, novamente... mas será que irá ter o mesmo êxito? Eu dou o benefício da dúvida, mas não sei se será a melhor solução: relembro-vos que o golo sofrido contra o Nacional teve parte da responsabilidade do improvisado lateral esquerdo; relembro-vos, também, que a eficácia atacante com um membro extra no lado esquerdo do ataque já é conhecida e que esta encontra pela frente a melhor defesa do campeonato (o Nacional, antes do jogo com o Benfica, e com um jogo a menos, tinha o dobro dos sofridos do actual co-líder, Sp. Braga); relembro-vos, porque também é necessário, do caudal ofensivo atrevido da equipa orientada por Domingos que já causou estragos a Porto e Sporting... Coentrão irá ter pela frente um dos alas em melhor forma em todo o campeonato (Alan).
Cautela e prudência nas euforias... a missão não se afigura fácil.
P.S.: "um vintém é um vintém, um cretino é um cretino" disse Manuel Machado em relação aos quatro dedos que Jesus, alegadamente, usou para o provocar. Compreendo a frustração de um perdedor para o seu maior inimigo, mas reprovo quem defendeu o treinador do Nacional com arrogância do opositor: "Não é possível, com bacalhau, cozinhar lagosta" não são propriamente palavras de gente humilde.
4 comentários:
Gostei bastante da tua abordagem ao assunto. E creio que sou forçado a concordar contigo- o jogo com o braga nao vai ser fácil
Obrigado pelo elogio. A ver vamos, mas esperemos que a coisa corra bem
Atençao que o golo do Nacional foi em fora-de-jogo, mas ja se sabe como é a arbitragem portuguesa...
Eu acredito na vitoria do Benfica, pois aproveitaria o descuido do Porto contra o Belenenses e se distanciaria na liderança.
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