terça-feira, 15 de dezembro de 2009
"When the Zetas fill the skies/ Will our leaders tell us why?"
Como é, decerto, sabido pelas pessoas que me rodeiam (e não só), os Muse têm novo álbum de longa duração. Chama-se The Resistance.
No passado Domingo, ouvi-o pela primeira vez (confesso o pecado, como seguidor [quase] religioso destes senhores) depois de ouvir críticas positivas sobre a sonoridade do mesmo. Nada que não se esperasse, dada a genialidade de Matt Belamy e parceiros e a (vá lá, admita-se) adoração da imprensa por eles.
O que eu achei do álbum? Já lá vamos. Deixem-me levar-vos à minha "relação" com a banda:
Era uma noite de dia de trabalho, como muitas outras, e um amigo meu recém-baptizado para além das fronteiras da pop, através do MSN, sugeriu-me que visse um vídeo de uns britânicos com penteados a lembrar autênticos cientistas com pouca sanidade mental. Showbiz era a música. No início estranhei, no fim senti uma química incrível com a banda, pressentindo que algo de excelente estava para descobrir.
Black Holes and Revelations, o álbum mais recente da banda na altura ficou-me a saltitar nos ouvidos, e músicas como Map of the Problematique, Knights of Cydonia ou a própria Showbiz tinham-se tornado parte da trilha sonora da vida instável de um miúdo de 16 anos.
Recebi, na altura em que fiz 17 anos, um bilhete para o Rock in Rio com Muse no menu. Fiquei literalmente extasiado com aqueles cerca de 60 minutos em que eles tocaram para mim e para o resto dos comuns mortais. O concerto que mais me marcou, e, muito provavelmente será um dos que mais agarrados ficará na minha memória.
A partir daí, já conhecia grande parte da obra da banda, e fui descobrindo o que não conhecia (como o resto do último álbum). A ligação não diminuiu em nada, pelo contrário. Muse tinham-se tornado uma das all-time favorites. Algo com que eu me imaginaria identificar por muitos, e muitos anos...
... mas mal eu sabia que eles próprios não tinham uma identidade, e todo os gritos das cordas vocais, todos os grunhidos de guitarra, todos os malabarismos electrónicos encantadores eram próprios de uma crise de identidade crónica que os Muse atravessam desde o seu início.
Prova disso? O novo álbum. Ao tentarem procurar uma identidade e a tentar brincar a sério com certas coisas (Matt Bellamy, como qualquer talentoso músico que se preze, não é certo de ideias), acabaram por abafar a genialidade que, de facto, têm. Foi a procura de ser algo mais do que o que são... algo como a banda da década, do século, que tornou este álbum fraco para os fãs de Muse - ou pelo menos para este fã.
Agora sem dramas: esperava um bocadinho mais destes senhores da música. Algo menos... global.
Há o possível cenário da incompreensão da obra. Mas, caramba, estamos juntos há muito tempo!
P.S.: Não vos escrevi no melhor dos humores, muito menos achei esta altura a indicada para postar algo. As minhas ideias não estavam nem estão, propriamente, claras na minha cabeça. No entanto, sinto-me em falta com a escrita, e com quem me lê e diz apreciar ler (mesmo que não sejam sinceros, dão o apoio, e estaria a ser ingrato e hipócrita se não o referisse como causa de postagens actualizadas). Daí ter postado.
5 comentários:
Como tu bem sabes também eu estive nesse belissimo concerto. Lembro-me perfeitamente de ter assistido a dois momentos: ao "invincible", quando excertos da letra passavam nos ecrãs gigantes no palco; e o "feeling good", música que adoro não só por causa da letra mas também por terem tornado uma música boa numa música brilhante.
Rock in rio 2010. Prometi naquela noite (6 de Junho de 2008) que em 2010 lá estaria.
Obrigado pelo comentário.
Espero vê-los, novamente, obviamente. Aliás, fiquei triste por não os ter visto há (apenas) 3 semanas atrás. Terei perdido uma noite memorável... ou não. Depois de este álbum, creio que as expectativas não convém estar muito elevadas.
Primeiramente, eu nao sou grande fã de Muse. Apenas gosto de uma musica ou outra, mas tenho que admitir que este concerto, recentemente, foi fantastico. Toda a espectacularidade do palco estava incrivel. Fiquei um pouco desapontado quando ouvi "Uprising", pois me fez lembrar, imediatamente, ou música cujo nome nao me recordo.
Uma infelicidade para um banda que sabe estar em palco!
*, outra musica
Sim, a disposição deles no passado concerto foi algo que me pôs a lamentar o facto de não os ter visto ao vivo... mas essa "frustração" foi atenuada quando ouvi o novo álbum.
Obrigado pelo comentário
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