domingo, 30 de janeiro de 2011

"Reservado"

sábado, 29 de janeiro de 2011

"E aquela taça, que tu venceste(...)"



Por caminhos mais ou menos sinuosos, a Académica de Coimbra está nas meias finais da Taça de Portugal. Cada jogo, uma batalha, a fome de um clube histórico voltar a mostrar ao futebol português que merece estar entre os maiores do circuito. Conseguiu-o com os elementos daquela arte a que uns chamam guerra e outros desporto.
As batalhas que se enfrentaram tiveram a sua dose de sorte, mas também o seu mérito... e a equipa chega perto do seu objectivo, que é estar na alta roda, nos píncaros da modalidade muitos anos depois.
Seguem-se os eternos rivais do V. Guimarães, e a moral não podia estar mais em alta depois de se eliminar um Setúbal que eliminou, em casa, um Sporting com objectivos virados para o Jamor.

É um dia de orgulho para todos os adeptos mais novos, e não só.
Finalmente pode-se falar unanimemente do clube da nossa cidade com orgulho e nariz empinado! Somos semi-finalistas da segunda maior prova portuguesa!

"Se jogasses no céu, morria para te ver"!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Três mil amigos com muitas aspas"



Com a descoberta do iTunes veio o despontar de uma velha paixão, a rádio. A possibilidade de ouvir programas de rádio gravados no dia anterior e que, para grande surpresa minha, tinham muita coisa interessante. Descobri, há pouco tempo, um novo programa que anda por este éter fora há muito tempo: Prova Oral.
Uma edição de Fernando Alvim, e que conta com a participação da sua "wing-woman" Cristiana Alves.
Custa-me perceber como é que isto já anda no ar há 10 anos e nunca o tinha ouvido até há cerca de duas semanas. Desde aí, fiz os downloads dos podcasts, e segui com religiosa atenção, graças ao tempo livre de que usufruo, a todas as entrevistas e a todos os temas debatidos.
No último que ouvi, o convidado habitual era Francisco Salgueiro, um estudioso do mundo juvenil (eu chamar-lhe-ia sociólogo) que publicitou a sua obra (de referência, diga-se) e afirmou coisas que me fizeram pensar muito sobre a geração que me rodeia, os meus contemporâneos.

Entre outras, as palavras "Rede Social" e "Facebook" foram as que mais vieram à baila, sendo raras as vezes em que "perigo" lhes era disassociada.
Não pude deixar de concordar dessa frequente junção de palavras, e posso-vos dizer que num pequeno excerto de palavras, Francisco Salgueiro conseguiu explicar a mim mesmo a razão de estar afastado desses fenómenos à cerca de 4 anos: a exposição é imensa, a pressão de grupo em ter amigos, comentários e afins influencia a auto-estima a quem se deixa ou diz não se deixar abalar por isso mesmo.
Chegámos a esta decadência, com a evolução: qualquer um pode seguir-nos o rasto de um sítio onde tenhamos estado. Pôr no perfil a preferência de estar em qualquer lugar, publicar fotos em casa, ou perto dela em que se consiga perceber sítios das redondeza... tudo isso pode levar qualquer mal intencionado a perseguir os nossos passos, e tê-lo à porta de nossa casa, à nossa espera, quando menos esperamos. E não, como Francisco Salgueiro (e acreditem que o homem sabe do que fala) diz, isto não acontece só nos filmes; a pressão do grupo, como referiu o convidado da Prova Oral de 12 de Janeiro passado, passou, em muito pouco tempo (e eu confirmo-o) "de uma turma de escola para três mil amigos com muitas aspas"... enfim, chegou-se a um tempo em que é difícil ter vida social sem o Facebook ou outra rede social, e, do outro lado da faca, privacidade com o mesmo.

Ouço regularmente a desculpa "Só tenho Facebook porque posso encontrar pessoas que não via há muito tempo". Mas isso chega para se abdicar da privacidade e estar-se sujeito a regras de socialização em que os nossos amigos e inimigos, gostos e personalidade terão de estar de acordo com o que é "cibernauticosocialmente" aceitável?! E as fotos que se publicam em poses ousadas?! É para chamar a atenção desses amigos?!
Enfim, eu não consigo manter os termos "Rede Social" e "Invasão de Privacidade" afastados. É, para mim uma das grandes ameaça dos novos tempos: pelas doses perigosas de auto-estima com que se joga (e as proporções que pode tomar com coisas completamente fúteis) e pela consequente (ou não) exposição de um mundo onde ainda se tem a privacidade como um direito fundamental.

"Alerto", claro, sobretudo os meus contemporâneos que muito navegam essa nova aldeia global do mundo social. Não é por falta de aviso que fico de consciência pesada. E quem leu este texto, e pertence à geração de 90, não poderá ficar sem ele na memória... não terão o direito a ser estúpidos, como todos os adolescentes, segundo um dos convidados da Prova Oral (palavras que subscrevo), têm. Ou estarei eu a sê-lo?


Mais uma coisa que me chamou a atenção, na edição do passado dia 12 da Prova Oral, um problema aparentemente crónico em gerações de pessoas que têm direito a ser estúpidas. Um exemplo dado pelo próprio Francisco Salgueiro: um grupo de adolescentes bebe mais por pressão, pelo facto de um dos membros já ter bebido uma garrafa de vodka; dão riscos de cocaína por haver alguém que se gaba desse feito; começam a praticar sexo descomprometido e sem valor sentimental porque alguém já disse que fez. Na conclusão: "Faz-se tudo em conjunto... mas não se criam relações interpessoais".... não podia dizer melhor!
E depois disto, claro, a depressão de já ter feito tudo precocemente e não faltar experimentar nada. A sede do "aqui e agora" acaba por levar a adolescentes perdidos a amargura do ciclo vicioso, e à entrada com os dois pés no grande mercado que é o mundo das drogas.

Lamentavelmente ou não, este é o futuro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Some of them want to be abused"


Uma das ultimas noites das férias de Natal no conforto do meu lar, e ao abrigo da chuva e do frio que se fazia sentir lá fora. Pegava na minha videoteca digital (as minhas gravações do TV Cine, portanto), e estava decidido a escolher um filme com acção, pujança. Tirar um pouco o gosto a drama que, não raras as vezes, tão bem me sabe encontrar.
"The Gamer", o Jogador, um filme de 2009 e no qual entrava o enorme Michael C. Hall (o "Dexter") e o "hollywoodesco" Gerard Butler.

A história era simples e fazia lembrar o que acontece agora com jogos virtuais, mas apimentando um bocado a coisa. Michael C. Hall é o dono de uma grande empresa de uma rede social, que se baseia em escravizar as pessoas... isto é, criam-se avatares, mas os avatares são pessoas reais que se "prostituem" (na medida em que são pagas para isso mesmo) para o jogador que as controla. O incrível é que na sociedade retratada, há muita gente a jogar este tipo de jogo, já que há outras pessoas, controladas, dispostas a ser o Avatar de um qualquer jogador/mestre/chulo.
O dono da empresa social em questão decide expandir o universo da mesma criando um jogo com na mesma base daquele que deu início à mesma, com algumas modificações: o cenário é um campo de batalha, e os avatares só podem ser assumidos por reclusos; para além disto, verifica-se uma escravatura dos mesmos, já que não são pagos e só poderão conquistar a liberdade se saírem vivos (sim, vivos, de campos de batalha reais) de 30 (!) batalhas.
Este jogo atinge logo proporções gigantescas, e cada batalha passa a ser transmitida pelo globo fora. A carnificina reina entre os gostos dos comuns mortais.

Estes são os dados da história, quem a comanda é o homem que está prestes a atingir o que parecia inatingível sob o olhar escandalizado do dono da rede social, que vê o seu negócio prestes a ser arruinado.

Podemos, enfim, chegar a este ponto?! Eu entendo este filme como uma metáfora da perigosa evolução dos meios de comunicação cibernautas, e daquilo a que podemos chegar se não controlarmos, até daqui a uns 20/30 anos, redes sociais e jogos do género do Second Life (apesar de parecer cair para a extinção) ou Counter Strike.
Gostei muito, por retirar esta analogia e pela simplicidade (não há nada de muito complexo, apesar da ficção que carrega) e entretenimento que o filme transborda.
Ah, e ter a versão de "Sweet Dreams" do Marilyn Mason também ajudou um pouco "à festa".

Avaliação: 6.9/10

domingo, 23 de janeiro de 2011

"For whom the bell tolls"



Tocam os sinos, por quem se perde. Os olhos abrem-se de espanto, e fecham-se do susto e do medo do traumatismo. Passa quem se perde, e quem o ama. O frio que congela os ossos chega aos não chega para evitar a queima dos corações. Lamenta-se, chora-se, sorri-se evocando o passado. Mas ninguém está feliz. Um contra-senso, uma contra-festa.
Subo aquelas escadas purificadas, e acabo por invadir o salão onde pairam almas que procuram paz. Não consigo ir ver quem amo, e fico à margem da contra-celebração.
À esquina da minha vista, um gato aquece-se, ao sol, da frescura matinal e encara este contra-festim com naturalidade, com uma situação que não é virgem, observa os lenços sujos, as flores de estima como um filme que vê todos os dias, e que não lhe consegue impingir sentimento algum. No lado oposto, todo o caos e dramatização da vida como ela é.
"Isto não é para mim", desabafei. "Não é para ninguém", disse-me quem já bebeu desta amargura...

Descansa em paz, querido bisavô,
Lembrarei-me de ti quando me formar!

domingo, 9 de janeiro de 2011

"Vamos a pé, apetece-me passear"




Mas alguém ainda duvida do cinema nacional? Tudo bem, há quem diga que as mamas da Soraia Chaves ou de outra beleza rara, à mostra, foram suficientes para esgotar salas... será só a velha máxima do "sex sell's" que leva milhares de pessoas a prescindir do comodismo da sua confortável cadeira, e comida "grátis" à disposição? Será que não se deu uma oportunidade ao cinema português? Aos realizadores? Aos argumentistas? Aos actores?
A estrutura que a TVI montou com a "escola de formação" Morangos com Açúcar não terá resultado? Lembro-me que Cláudia Vieira, Joana Duarte, Mariana Monteiro ou Joana Duarte saíram de lá, e algumas delas tiveram oportunidades no grande ecrã. Merecidas, sim... e bem sucedidas, a meu ver. São elas e eles a "cantera" da representação nacional, queiramos ou não. E foi graças a alguma dessa escola de formação que Portugal conquistou um Emmy.

Eu próprio não aprecio o que se faz na TVI, ou em português de Portugal no que toca ao pequeno ecrã, mas quanto ao grande ecrã... as coisas mudam.
Comédias românticas nos calcanhares de Hollywood?! Esperava encontrar isso? Eu também não. Mas encontrei, e não poderia estar mais orgulhoso. Em "A Bela e o Paparazzo".
Forma-se um casal amoroso com muita dificuldade, entre um paparazzi e a mulher da actualidade. Soraia Chaves não poderia deixar de entrar neste casal. Ambos se conhecem acidentalmente, e a partir de alguma cumplicidade surge o previsível Amor.
As personagens secundárias ajudam à credibilidade e argumento do filme, dão-lhe mais força: Nicolau Breyner, Ivo Canelas e Pedro Laginha são nomes que chegam para justificar isso mesmo (sim, são actores secundários neste filme).
Desenrola-se o resto da acção, com todos os envolvidos, e surgem peripécias que se enfrentam num mundo cor-de-rosa q.b. (com algum azedume para não ajudar).
Acaba-se o filme, e fica-se bem disposto... por muito que o final seja previsível. Tal e qual como em Hollywood!
Parabéns a António Pedro Vasconcelos (realizador) e Tiago Santos (argumentista). E, claro, ao talento dos que deram a cara ao trabalho destes senhores.

Avaliação (foi bom, mas continua a ser uma Comédia Romântica...): 4.6/10

domingo, 2 de janeiro de 2011

"We collect people"



Sabe sempre bem, aos sábados à noite em que não se encontra nada para fazer, uma bela comédia para afastar a melancolia e a monotonia. Por muito vulgar que possa ser, e por mais prevísivel que seja seu o desfecho.

Independentemente do título ou rótulo do filme, estava lá um senhor da comédia de nome Steve Carell e isso foi suficiente para ver "Dinner for Schmucks".
A história começa com um homem ambicioso, que pretende subir na carreira, e que para se integrar no grupo de amigos da "alta rodagem" da companhia onde trabalha, precisa de levar um "amigo especial" para um jantar de aberrações, onde estes são ridicularizados para deleite dos mais "sábios".
O destino oferece ao nosso amigo um senhor cheio de bondade e que tem o dom de fazer esculturas e respectivos cenários para ratos de gesso. Enfim, Steve Carell aparece!
O personagem principal vai contra as convicções dele mesmo e da sua namorada e convida este homem sem vida social, que desde logo lhe agradece a oportunidade de interagir com outros seres humanos.
Entretanto, este novo amigo do personagem principal é usado, mas tambem lhe provoca alguns dissabores, incluindo a perda, (sempre) temporária da namorada.

O desfecho é o normal para este tipo de filmes, mas uma comédia leve nunca fez mal ao cérebro de ninguém, e até serve para desanuviar do stress infelizmente típico desta temporada do ano.

Avaliação: 4.9/10