
Uma das ultimas noites das férias de Natal no conforto do meu lar, e ao abrigo da chuva e do frio que se fazia sentir lá fora. Pegava na minha videoteca digital (as minhas gravações do TV Cine, portanto), e estava decidido a escolher um filme com acção, pujança. Tirar um pouco o gosto a drama que, não raras as vezes, tão bem me sabe encontrar.
"The Gamer", o Jogador, um filme de 2009 e no qual entrava o enorme Michael C. Hall (o "Dexter") e o "hollywoodesco" Gerard Butler.
A história era simples e fazia lembrar o que acontece agora com jogos virtuais, mas apimentando um bocado a coisa. Michael C. Hall é o dono de uma grande empresa de uma rede social, que se baseia em escravizar as pessoas... isto é, criam-se avatares, mas os avatares são pessoas reais que se "prostituem" (na medida em que são pagas para isso mesmo) para o jogador que as controla. O incrível é que na sociedade retratada, há muita gente a jogar este tipo de jogo, já que há outras pessoas, controladas, dispostas a ser o Avatar de um qualquer jogador/mestre/chulo.
O dono da empresa social em questão decide expandir o universo da mesma criando um jogo com na mesma base daquele que deu início à mesma, com algumas modificações: o cenário é um campo de batalha, e os avatares só podem ser assumidos por reclusos; para além disto, verifica-se uma escravatura dos mesmos, já que não são pagos e só poderão conquistar a liberdade se saírem vivos (sim, vivos, de campos de batalha reais) de 30 (!) batalhas.
Este jogo atinge logo proporções gigantescas, e cada batalha passa a ser transmitida pelo globo fora. A carnificina reina entre os gostos dos comuns mortais.
Estes são os dados da história, quem a comanda é o homem que está prestes a atingir o que parecia inatingível sob o olhar escandalizado do dono da rede social, que vê o seu negócio prestes a ser arruinado.
Podemos, enfim, chegar a este ponto?! Eu entendo este filme como uma metáfora da perigosa evolução dos meios de comunicação cibernautas, e daquilo a que podemos chegar se não controlarmos, até daqui a uns 20/30 anos, redes sociais e jogos do género do Second Life (apesar de parecer cair para a extinção) ou Counter Strike.
Gostei muito, por retirar esta analogia e pela simplicidade (não há nada de muito complexo, apesar da ficção que carrega) e entretenimento que o filme transborda.
Ah, e ter a versão de "Sweet Dreams" do Marilyn Mason também ajudou um pouco "à festa".
Avaliação: 6.9/10
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