
Sempre me foi posto à mesa o tema da corrupção dentro de instituições tão nobres como empresas (desde os seguros às associações desportivas) ou Estados. Sempre me foi impingido pela família desde que aprendi a andar sobre a argumentação. Mas a minha mente, formada ou deformada pelo que me tinha entrado antes nos olhos, impediam-me de me manter em pé e acabar com a boca calada, fechado no orgulho de quem não quer ceder. Ingénuo, admito. Isto durou algum tempo, e os benefícios da dúvida dados aos escândalos sociais eram uma constante devido àquele que considero ser agora o 1º poder- a imprensa.
Vendo agora as coisas, estava a ser tudo menos estúpido (ou burro). Porque, precocemente, tinha noção do tráfico de influências por trás de cada palavra que o pivô de um jornal proferia.
Num estado reflectivo cuidadosamente bem afastado da esquizofrenia ou do sensacionalismo que se quer impingir por cá, conseguia dar aos inimigos da imprensa a minha tolerância. E continuo. Por cá.
Mas quando olho lá para fora, e quando verifico que o que me chega não chega ao sítio em questão... aí torço o nariz.
Num país, onde não há conspirações por parte da imprensa sobre o governo... é caso para desconfiar. A somar o facto de o seu homem-maior (o quanto me custa dizer isto deste homem) ser, na prática, o dono da imprensa local - "apenas" uns quantos canais privados com grande peso na audiência, alguns jornais e rádios... e claro, os canais públicos do país-... a tolerância passa a ser menor.
A imprensa rival tem medo do homem que no país manda, e quando as eleições batem à porta, não é de estranhar que ele renove o seu "vínculo" com o país (tamanha a mensagem subliminar e campanha publicitária) por escolha de quem o... vê.
Assim, este senhor de que vos falo, pode continuar a contratar prostitutas para o seu palácio, intimidar os rivais do 1º poder (do qual, repito, ele também é rei), e viver bem com isso... sem que ninguém de dentro saiba.
E assim se sustenta o vício da corrupção, com as massas lavadas cerebralmente pelo 1º poder, assim se dá a continuidade ao circolo vizioso que tanto satisfaz quem de abundância vive.
Ainda bem que há quem conteste (vejam a obra da cineasta Sabina Guzzanti).
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