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Na véspera do jogo de Alvalade com o Sporting, o jornal Record já falava numa possível demissão de Jesus caso o Benfica não vencesse no terreno dos leões. Começaram aí os rumores da comunicação social sobre a saída do técnico e entraram na cabeça de muitos benfiquistas mais sensíveis os macaquinhos da paranóia. É fácil culpar um treinador em Portugal, então se estivermos a falar do clube mais mediático do país, maior se torna a caça ao homem do banco.
Ora, quem começou isto teve razões para o fazer. A instabilidade de um clube no meio de uma redacção que é contra o mesmo e que de imparcial tem pouco é algo que os enche de alegria. Sabendo eles do risco do jogo, nada tinham a perder em divulgar uma possível ruptura em caso de derrota... que aconteceu, sim, num encontro onde os jogadores não estiveram ao melhor nível e no qual se demonstraram com elevada indisponibilidade física.
As críticas, naturalmente, surgiram. A comunicação social voltou a ser implacável e da semente que um jornalista do Record plantou, saiu uma árvore carregadinha de azedume para com o treinador encarnado. A instabilidade criou-se, e tudo começou a descambar por falta de memória e conhecimento dos factos.
De que factos falo eu? Dos 110 milhões que Jesus e respectiva equipa técnica trouxeram para os cofres da Luz directamente da potencialização de jogadores, que passaram a "jogar o dobro" do que aquilo que renderiam em condições normais. David Luiz, Angel Di Maria e, mais escandalosamente, Fábio Coentrão são disso exemplo. Há também o bónus do título em época de estreia, a que se somam 3 taças da liga. Ou seja, gerou-se mais dinheiro e conquistaram-se mais títulos nesta era que os últimos 10 anos combinados. Acrescentem-se, com toda a justiça, as fantásticas campanhas europeias que a equipa protagonizou nestes anos, e temos argumentos de sobra para a continuidade do amadorense nos quadros da luz.
É certo que o orgulho ficou ferido depois de sucessivas derrotas com o Porto (inclusivé no jogo do título do ano passado), e que a perda de 9 pontos para o rival esta época poderão, EVENTUALMENTE, causar a perda de um título... mas há 12 pontos para disputar e 4 (que são 5, ok) de distância. O calendário é muítissimo mais apertado para os lados da invicta (Marítimo nos Barreiros e Sporting no Dragão) e é perfeitamente possível voltar a disputar o campeonato.
Assim, escrevo estas linhas em total solidariedade para com Jesus e seus críticos: com o primeiro, pela implacável comunicação social; pelos segundos por não serem capazes de irem mais fundo do que apresentam as linhas jornalísticas. Como benfiquista, já protestei contra Jesus (inclusivé "publicamente", como podem verificar nos arquivos do blogue) e não gostei do que fez o ano passado e até confesso que não gosto muito dele como pessoa (ainda não vi uma declaração de amor ao clube). Mas não tenho qualquer dúvida de que é o homem certo para continuar com este projecto, que, com ele, virá a ser ainda mais ganhador. Afinal, conhecem-se estruturas, objectivos e aprende-se com os erros. Já para não falar da conjuntura económica na qual o mundo se encontra e da consequente necessidade da maximização do valor de todos os activos, incluindo jogadores... e é aí que Jesus entra.