sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"I see a little silhuetto of a man/ Scaramouche! Scaramouche!(...)"



Não posso deixar de ler artigos sobre música, mesmo em revistas que pouco relacionadas com o assunto. Uma mera referência a uma música mundialmente (ou não) conhecida no título chega para ler o que alguém escreveu acerca de algo, seja o que fôr.
Portanto, enquanto desfolhava as páginas da GQ deste mês, não deixei escapar o artigo de música que lá vinha. Falava dos Queen e disparava defeitos como Al Pacino (como Tony Montana) disparava tiros no grandioso "Scarface". E este autor, que não sei se é especializado ou não introduzia-nos aos tiros tal como Tony Montana com o seu célebre Say Hello to my Lil' Friend: "Por mais que envelheça (...) jamais conseguirei ouvir Queen sem sentir um incómodo, uma náusea, um mau cheiro(...)".
Ora bem, eu desconheço por completo a formação deste jornalista (um tal de Franscisco Camacho) ou a experiência que ele tem seja onde fôr que contactasse com música. Chamem-me ignorante, se quiserem... mas chamem-lhe a ele também. Porque Queen é a base da música pop moderna/alternativa e não algo que a veio destruir.
Por muito que se queira destruir a lenda, por muito que se queira deitar abaixo ou somente chamar atenção, jamais se justifica uma crítica tão dura aos Queen.

Queen repulsam este pequeno jornalista como um gay repulsa um homofóbico/fanático religioso ("nem que o Sporting ganhe a Liga dos Campeões e receba a Taça ao som do We Are The Champions", diz ele). Tudo bem, são opiniões/gostos. Agora negar e desprezar a sua importância histórica já não é uma opinião, é uma visão absurdamente errada e extremamente tendenciosa! Vejam, e comentem: o pequeno jornalista fala que o mau gosto tomou conta da discografia dos Queen, e que a musicalidade deles abrandou os anos na música, para além de acrescentar que os a banda de Freddie Mercury não inspiraram qualquer banda talentosa desde o seu nascimento. Comentários a isto?... para quê?!

Eu confesso, não gosto, na generalidade, de Queen. Mas nunca neguei a sua importância histórica e jamais deixaria de admitir que os identifico em bandas que tanto admiro como Muse ou Gogol Bordello (sim, vejam Eugene Huntz em palco!)... só para citar as que me são mais chegadas.

Como diria uma pessoa que tanto respeito tenho, e que se dá pelo nome de povo português: "É o país em que estamos"

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu apenas acho que a GQ tem que renovar o pessoal que trabalha para ela!! :o
Mas realmente não faltam pessoas com dificuldades na análise e reconhecimento das boas bandas que já fizeram parte do mundo da música...
Gostei! Continua...
Bracs

MendesMachado disse...

Obrigado pela visita e pelo comentário :). Realmente esta gente não entende o que ouve, nem vive para isto. Estão ali para escrever e ganhar o seu. Nada mais