domingo, 28 de fevereiro de 2010

"All right, hold tight/ I'm a Higway Star!"



A minha playlist de Fevereiro:

Puscifer- "Drunk with Power"
Bush- "Letting the Cables Sleep"
Placebo- "Kings of Medicine"
Smashing Pumpkins- "Tonight, Tonight"
Eels- "What's a Fella Gotta Do"
Anthony Newley e Leslie Bricusse- Feeling Good (versão dos Muse)
Deep Purple- "Highway Star"
Haddway- What is Love?
The Prodigy- "Thunder"
Mother Love Bone- Come Bite the Apple

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"Lampiões tristes e sóbrios"


Ao longo do presente campeonato de futebol nacional, fui acompanhando, por amor à leitura e ao desporto, com atenção, as crónicas que eram escritas em vários jornais desportivos à cerca do estado do mesmo. Especialmente a partir do Benfica-FC Porto de Dezembro do ano passado.

Desde aí, como é natural, cada cronista puxou a brasa à sua sardinha. Os portistas reclamavam, os benfiquistas ou respondiam ou deixavam passar. Miguel Sousa Tavares pareceu-me o mais inconformado com todo o processo de julgamento aos jogadores do FC Porto pelos incidentes do túnel da luz, concebendo teorias que punham em causa a dignidade da instituição lisboeta- ligando-a a intenções deploráveis no caso (alegando uma premeditação das ocorrências entre os stewards e o Benfica). Foi, também, disparando farpas na direcção da Comissão Disciplinar na Liga relativamente à lentidão com que o processo de julgamento de Hulk e Sapunaru se foi desenrolando.
Rui Moreira, outro adepto fervoroso do FC Porto e cronista de "A Bola", apresentou mesmo um livro (escrito por João Queiroz), intitulado "O caso Calabote", que retrata um presumível favorecimento ao Benfica num célebre Benfica-CUF datado da época... 1958/1959!

Ricardo Costa, presidente da CD da Liga, passado 3 meses, concluiu o processo do "túnel da luz", e, numa conferência de imprensa, destacou, entre outras coisas, a rapidez do mesmo - um dos mais rápidos sobre a sua alçada! Revelou que a pena aplicada a Hulk seria a mínima (ou seja 3 meses), e que, de facto, houve provocações por parte dos stewards.

O jogador é expulso por agredir um agente desportivo, e é alvo de suspensão por apenas 4 meses enquanto que Vandinho, do Sp.Braga, agride um jogador, não fica comprovado, e é alvo da mesma sanção...? Ora, basta dizer que Hulk é influente numa equipa cujo presidente é influente noutras áreas e que já houve muitos "roubos de igreja" para compreender a celeridade do processo do túnel da luz.
O mais anedótico é que os adeptos portistas ainda se queixam, e chegam ao ridículo de apontar esta suspensão como uma ajuda ao Benfica, revelando uma incrível falta de desportivismo: faz-se tudo para contornar o reconhecimento do mérito do adversário, que apresenta resultados francamente notáveis.

Esta é a "educação" de adeptos mimados por favorecimentos descarados ao longo da década. E a minha tese comprova-se: "As arbitragens não têm ajudado" disse Bruno Alves, capitão do FC Porto... esperava-se o quê? Que ajudassem?

Já se reconheceu que o Benfica está mais forte, e toda a pequena ajuda de bastidores dada ao FC Porto será sempre insuficiente perante tal grandeza. A insuficiência dos seus "velhos recursos" leva à frustração e ao refúgio num sítio abrigado dos adeptos e responsáveis portistas: anti-benfiquismo.
Leva-me à triste conclusão: não querem ser campeões, só querem que os inimigos deixem de o ser. E o FC Porto-Sp. Braga desta noite poderá apresentar resultados curiosos quanto a isso mesmo. Ficarei a ver.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"Esse teu ar, grave e sério"

"Amor é prosa. Sexo é poesia"- Rita Lee

"[quando lhe perguntam a profissão (o que faz)] Faço tudo"- Soraia Chaves no papel de Maria em Call Girl

Tive um grande amor. Durante alguns anos, e com interrupções várias, fomos amantes, eu e ela.
Não tinha um rosto bonito, e a silhueta dela não era das mais apelativas ao instinto sexual. Mas a sua auto-estima indestronável era uma arma fantástica, e transformava-se no que ela precisasse para me enrolar na sua teia de sensualidade. O riso, as conversas que me faziam sentir amado com o "timming" perfeito nas palavras usadas, o charme, o toque... era poesia. Era mesmo isso que ela queria que eu sentisse, a poesia dela.
Mas eu queria mais, queria a prosa. Ela não ma concedia, e habituava-me mal com carícias e palavras doces. Eu, miserável, esperava tê-la um dia. Mas nunca aconteceu.

Fui poesia, ela foi prosa. E só quando ela quis.

Imagino-me a encontrá-la, daqui a uns anos, num bar tranquilo. Estarei sozinho e insatisfeito procurando o consolo num copo largo de whisky e num charuto. Ela, sentada no balcão. Dirige-me duas ou três palavras que acabam invariavelmente numa longa conversa de dois velhos conhecidos. No fim pergunto-lhe: "o que é que fazes, agora?" Ela responderá: "tudo".

sábado, 13 de fevereiro de 2010

"Ponho-me a fazer de conta (...)



A meu ver, uma das melhores bandas portuguesas da actualidade. Uma espécie de Radiohead portugueses. Vale a pena dar, pelo menos, 3 minutos de atenção a estes bracarenses melancólicos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"I like it, I'm not gonna crack!"



Como fá acérrimo de Nirvana, não costumo apreciar tudo o que se faça com o trabalho deles que não seja feito por eles. Mas na passada noite de Domingo, Filipe Pinto, um estudante de profissão vindo do Norte do país e a banda que esteve por trás dele, conseguiu chegar perto do patamar dos deuses do Grunge e atingir o "aceitável" numa escala dificílima de subir.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"You-Me? Me-You?"


"Cable Guy", 1996. Karaoke da música "Somebody to Love" dos Jefferson Airplane.


"Liar Liar", 1997. As expressões faciais únicas de Jim Carrey.

http://www.youtube.com/watch?v=V6kcSfdkE9g
Yes Man, 2008. Salvamento de um suícido

http://www.youtube.com/watch?v=SpwK3vFGJp0
Jim Carrey, com Will Farrell e Chris Kattan acompanhados ao som de "What is Love". Uma adaptação ao filme "Night at the Roxbury", 1998

A genialidade discutível de Jim Carrey.
Gosto muito mais de o ver em dramas como o "Truman Show" ou o "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças", mas mesmo em filmes de comédia ele consegue arranjar maneira de fazer rir qualquer ser humano. A admiração do trabalho deste senhor soa muito a cliché, mas este é daqueles que se tem de admitir por muito que custe.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"TouchDown!"

Peyton Manning- QuarterBack e figura principal dos Indianapolis Colts

Hoje é dia de SuperBowl. Os EUA param, durante cerca de 4 horas para assistir ao jogo que determinará a melhor equipa da época de Futebol Americano. É um daqueles dias em que o consumo e o convívio antigem números apenas comparáveis a épocas festivas como o Natal e Dia de Acção de Graças. Ninguém, mas mesmo ninguém dito normal nos EUA quer perder pitada do que se passará dentro das 100 jardas do Sun Life Stadium.
Tanta importância em redor de um evento desportivo (que ultrapassa, por exemplo, os jogos da nossa selecção em dias de Mundial), até parece mentira e... estúpido. Mas é a bela da verdade.

Quem disputa a 44ª edição do SuperBowl? Isso é algo que assume uma importância relativa para os cidadãos da terra das oportunidades. Eles só querem saber quem ganha, no fim, quem foi a melhor equipa ao longo da época.

Esta mediatização, e esta fascinação por uma final faz-me pensar, e entrar em inevitáveis comparações: uma Taça de Portugal, se não tiver a equipa por quem somos, é dotada desta importância? Um jogo decisivo para o campeonato de futebol mobiliza 8/10 da população nacional?
Encontramos semelhante aderência em qualquer jogo de futebol ou outro desporto cariz nacional na Europa? Não.

Podem criticar quanto quiserem a cultura norte-americana, mas no que toca à organização desportiva e à abordagem ao desporto, eles conseguem bater-nos. E o SuperBowl é a prova gritante disso mesmo. Eu próprio, que acompanho futebol americano desde o início desta época, já acordei a pensar no "Big Game". Não tinha equipa favorita no início, mas hoje torço pelos Colts. Consegui "arranjar" uma equipa por quem puxar freneticamente... mesmo à americano.

E não se enganem. Não é só o comportamento das pessoas relativamente ao desporto: é, também toda a organização em redor do evento; é, sobretudo, a estrutura super-competitiva da National Footbal League.
Custa fazer vénias aos inimigos, mas para os que não conhecem ou não gostam do desporto, não há outra hipótese perante a grandiosidade do SuperBowl.

"(...) I listened to your screams of pleasure"



Estudei filosofia, e li, de alguém que muito pensou, que quem experimentou a felicidade não soube, na altura, que a viveu. E que seria infeliz quando soubesse que a viveu, porque aí não a estaria a viver.
Não diria que a vivi ao expoente máximo durante este último Verão, e não posso dizer que não a viva neste momento, mas o período de férias prolongado dos meus 18 anos foi algo de memoravelmente feliz- por entre enganos que ia vivendo e fazendo os outros viver, saboreava a socialização e a vivência com os meus semelhantes... e quase nada ou muito pouco me interessava o dia seguinte. Era algo que ainda estaria para vir, e no/com qual não tinha compromissos ou preocupações de qualquer ordem- desde viagens de comboio planeadas com poucas horas de antecedência, a saídas à noite nem sequer planeadas até chegar a encontros com pessoas que nem planeava conhecer. Simplesmente não havia um plano, e tudo fluía naturalmente.

Hoje, num Sábado à noite de Inverno, dirigi-me à minha fortaleza de solidão para mais um daqueles rituais de reflexão não-aconselháveis: liguei aquilo que eu gosto de chamar o meu novo motor (que deita fumo também), e pus Placebo no iPod. Não planeava ouvir a música que vos apresento, mas trouxe-me de volta o Verão dos meus 18 anos por 3 minutos (também pelas circunstâncias em que a música surgiu). Senti necessidade de partilhar isso, e aqui fica um pouco da minha nostalgia de um passado recente.