domingo, 21 de novembro de 2010

"Hey, what's an e-mail?"



Não sei se motivado por duas "críticas" que fiz anteriormente ou pelo toque do filme em si, senti necessidade urgente de vos vir falar de "Hot Tub Time Machine"...

O filme começa no presente, com três amigos de adolescência e a vida aborrecida e triste que estes têm. Um é basicamente um PT para cães e a única coisa que o consola é o amor que tem pela mulher... que o trai todos os dias da semana; outro acaba por ser deixado pela mulher e a única companhia que tem é um sobrinho depressivo deixado pela irmã, reclusa; o que resta, é um homem alcoólico, divorciado e solitário que se tenta suicidar.
O tempo, naturalmente, separa-os, indo um para cada lado... e o que os volta a unir é a tentativa de suicídio deste último.
Paira-se nostalgia quando Adam (John Cusack) e Nick (Craig Robinson) se vê Lou (Rob Coddry) deitado na cama do hospital. Ambos sentem que está na hora de voltar ao passado, e acabam por ir para Kodiak Valley tentado trazer os velhos tempos de volta.
Acontece algo inesperado. Uma bebida chamada "Chernobyl" (trazida por Lou) entra pelo Jacuzzi do quarto dos três amigos e... Jacob (o sobrinho de Adam). Tanto se queria invocar os velhos tempos que isso acabou por se verificar.

A partir daqui, há um imenso cheiro a anos 80. Algo que agora vende que se farta, nesta onda saudosista que existe, criada por quem por lá passou. Portanto, compreensível tudo o que se passa na cabeça do director deste filme: uma comédia parodista daqueles filmes em que se volta atrás no tempo (Efeito Borboleta é o exemplo mais escandaloso), com um tema extremamente em voga, e com um elenco suficientemente bem sucedido para compensar a história do filme (fraca, admito).

Parece uma comédia clássica para ir ver ao cinema num Sábado à noite, mas não é bem assim. Ao contrário do que se exibe nas telas por estes mundos e noites de Sábado fora, este filme não é "descartável", e dá muito para pensar. Pelo menos a mim, que imaginei os meus pais naqueles tempos de loucura que eram os anos 80 e tudo o que se passava à volta, e a questão impôs-se "O quanto gostariam eles de mudar o futuro?"... "E quão importante era o que tinham alcançado até aqui?". A resposta surgiu-me quase instantaneamente, como que fosse seus porta-voz: nada. Se voltássemos atrás no tempo, não haveria qualquer inconveniente. Falo por eles, por mim e creio por cada um de vocês com esta frase fantástica de John Cusack (Adam): "I just let the universe decide". E se continuarmos a viver assim, será melhor, aconteça o que acontecer. Não era o que estava predestinado, mas sim uma oportunidade. O universo apenas nos enche dessas mesmo. De nada adianta saudar o passado, lamentar o que foi ou não foi feito.

Este filme emprestou-me essa visão interessante, e espero que a muitos dos que rastejariam até um qualquer sítio para fanáticos religiosos a pé para voltar atrás no tempo também.
Enfim, apenas uma interpretação. Acredito e aceito que muitos que o vejam, lhe entre a 100 e saia a 1000, como um filme vulgar. Para mim, não o foi, e irei estima-lo e recomenda-lo até ter a certeza do que acham os meus "críticos" mais próximos.


Avaliação (do ponto de vista "profissional", claro): 5,4/10

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