segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Força!"

sábado, 19 de novembro de 2011

"Vamos, garoto!"





Dois homens ou mulheres a trocar uma bola amarela entre eles, com o objectivo de esta passar para o outro lado da rede sem que o outro a consiga apanhar com a raqueta que usam para o fazer. Um coro enfadonho de gemidos de esforço, e a monotonia de ver uma bola a passar de um lado para o outro. Mas tudo muda. O interesse cresce, com a indispensável ajuda de um vil metal.

Passa-se a ter em conta o jogo de pés de cada interveniente, a forma como executa o serviço, os smash's, os lobs, aquilo que tudo traz com eles. O encantamento de ver jogadas antes banais transformarem-se em algo super-humano, com toda a admiração que lhe merecem. O esforço é reconhecido, e os gemidos de esforço quase se deixam de ouvir... acontecesse, ou não, no mesmo jogo. Porque se corre riscos se um ganha este set ou perde os três pontos de break. O risco do vil metal, que embeleza e nos foca para a grandeza do ténis... ou de outro qualquer desporto. Quando há riscos em jogo, alguém por quem torcer, alguém cuja vitória, fruto do seu esforço, suor e treino nos trás benefício, vemos o jogo com outra a atenção.

E acredito, agora, experimentado o vil metal no desporto, que na velha lenga-lenga de quem veio primeiro (a galinha ou o ovo), veio primeiro.... o clube, o jogador, e depois o fascínio pelo desporto. Uma percepção que creio valer muito mais que os 100% da minha banca de jogo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Don't Stop"




Acabei de ver os Sopranos esta noite, essa verdadeira instituição de uma geração, uma das melhores séries de sempre, um dos melhores programas de entretenimento de sempre. Um verdadeiro marco na arte. Cravado nos anais da história, literalmente.

O final é um mistério, e cria-se de maneira fácil e simples. É assim mesmo que se faz a genialidade. Vai ser tema de conversa para muitos, muitos anos. Assim como outras coisas na série, e há muito por escrever. Há um final definitivo para aplicar, arestas por limar, pontos nos i's a colocar. Enfim. Mas há coisas que não se resolvem, e a perfeição da vida (tal como tão bem retratada foi nos Sopranos) acaba sem que se resolvam assuntos pendentes..

E assim terminaram os Sopranos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Zero dici"



:)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

"Só beber um copo..."



Oscilações, todos temos. Perante os altos e baixos da vida, às vezes consideramo-nos nos altos estando em baixo, ou em baixo, estando bem. Porque, na realidade, nunca sabemos como estamos... é que a felicidade, já dizia um homem sábio, só se reconhece depois de ser vivida e não durante o período de tempo em que a vivemos. Daí as diferentes percepções relativamente a este conceito tão vasto, tão complexo.

Eu nunca sei. Sei reconhecer, relativamente bem, se estou feliz ou triste mas há traços da minha personalidade que ainda não descortino, como acontece com tanta gente... grande. Ás vezes gosto de estar deprimido. Não diria deprimido, na verdadeira ascenção da palavra... não é dormir na depressão, é dormitar sobre ela. Sei que depois passa, e que é um sinal de que estou a reagir àquilo que vivo. É um sinal de que estou humano.
Enfim, sei disso sobre mim, que é uma contrariedade. Também sei que estou farto de químicos que para isto me trouxeram (que também deviam mandar isto embora), e que talvez não me livre deles por gostar de ser e estar como estou. Enfim, na zona de segurança.

E acho que é essa zona que delimita o estado de cada um. Nomeadamente a nível de relações sociais. É uma necessidade que nasce connosco enquanto seres humanos repletos de terra à volta. Mas às vezes, fartos das consequências que delas vêem e as pressões que lhe podem estar inerentes, queremos ser... uma ilha. Ou melhor, uma península, para que haja algo ou alguém a quem agarrar em caso de uma onda de problemas maiores que nos possa invadir a consciência e, pior, a subconsciência. É assim que me revejo agora, depois das pseudo-loucuras próprias de um adolescente. Mas falta-me um lado, e a península que habito não me parece mais um lugar seguro, preciso de mais terra.

Já tive um navio de oportunidades, e ele continua alcançável. Mas é a minha zona de conforto, à qual me sinto inseguro ao desafiar, que me impede de embarcar rumo a outras penínsulas e caminhar, envolver-me naqueles pedaços repletos de terra.

Vejo pessoas do meu arquipélago, que outrora foram piores que eu a serem seduzidas pela curiosidade das massas. Fico sentado, com medo dos meios de uma viagem que já uma vez fiz, a vê-los partir.
Voltei para a ilha, com medo desta começar a ficar pequena. O que não vemos não nos está, conscientemente e de forma concreta, no conhecimento.

A música que vos apresento é uma espécie de canto das sereias que vivem na costa de um continente em explosão demográfica.

sábado, 5 de novembro de 2011

"As madalenas de Proust"



Nostalgia da infância, diria Fernando Pessoa. Nostalgia da pré-adolescência, diria eu.
Há esta tentativa de voltar ao que éramos, por momentos, recordar imagens, cheiros, sabores, sinais sonoros que nos fazem lembrar o que um dia fomos, e ver o quanto crescemos depois disso. A música é um dos veículos mais apropriados para se ter essa sensação (Marcel Proust, por certo, hoje, diria isso). E é bom, faz bem sentir o que outrora fomos, e aquilo que nos sustenta esse grande peso que é a nossa personalidade. Envergonhando-nos, ou não, são as nossas origens.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Prescrição Gregório"



Volto à "dita, escrita". Uma espécie de santuário para mim no que toca a vomitar pensamentos da minha alma. Bem que os preciso de tirar cá para fora, porque precisam de ser partilhados, e porque é muita a minha necessidade de escrever sobre tudo. Andei a sonhar com isso, inclusive.

Aproveito este meu regresso, e esta questão de "vomitar" o que está cá preso e a roer-me, para expôr um ponto de vista que é bem necessário, no meu entender para todos o ser racional. Sem querer parecer muito técnico, e muito menos tendo conhecimentos empíricos sobre os assuntos, é mais uma opinião ou uma forma de ver a nossa natureza.


Aproveitando o vídeo acima, retirado da série "The Sopranos", o homem que é atendido pela belíssima psiquiatra, começa a série, e vai repetindo várias vezes, que já não se faziam homens como a personagem "Gary Cooper", repletos de masculinidade, que eram esponjas a transbordar de problemas, mas que conseguiam guardar tudo para eles, e pegar em cada resquício que sobrasse para ser resolvido, mesmo que viessem mais problemas atormentá-los. Eram homens silenciosos, que não se queixava de nada, e resolviam as coisas a bem ou a mal conforme a circunstância. Ninguém se metia no caminho deles, nem sequer os julgava. Por medo, respeito ou mero apreço pela forma de eles serem e fazerem as suas vidas. As reacções, quando algo não corriam bem, quando ocorriam, eram explosivas e detonavam um lar inteiro. Mas estas não aconteciam regularmente...
Porém, este tipo de pessoas ("role-models" para uma autêntica massa populacional) chega a uma altura em que tem de despejar tudo o que tem dentro de si para fora. Esvaziar ou aliviar a esponja... surgem as tais reacções, mas a dada altura, estas não chegam (pelo menos nos dias de hoje, tal a forma fácil a que somos sujeitos a pressões e problemas). Recorre-se a um psiquiatra, a suicídio, a droga, a "disfarces de alma" para resolver assuntos pendentes e mal enterrados no gigante do sub-consciente que nos ocupa a cabeça e que saem cá para fora como depressões, atitudes covardes ou medrosas. É preciso uma sanita sentimental, onde possamos descarregar tudo, para que evitemos a locura e possamos lidar com o dia-a-dia de forma saudável. Música, pintura... escrita. E é a falta dela, num dia mau, que me faz lembrar o quanto preciso dela para esvaziar tudo, descarregar as frustrações... desocupar a minha esponja.

"Sem analgésico"


Dores sentimentais sem analgésico. Perante a impessoalidade do profissionalismo e da sociedade, encalho num oceano cada vez menos repleto de mar. Já vim, mas sinto que não posso voltar. É estranho, porque ninguém pode mas ninguém o sente, e disfarçam a alma quando podem. E é esse e outro carnaval que me afunda ainda mais num pântano de problemas prontos a devorar-me. Sobreviver, assim, é fácil… mas erguer-me não. E foi a química, a minha e a que inventaram depois, que me impede de ter a força de saltar estágios e andar e olhar para onde devo.
Ainda bem que encontro caracteres pretos e uma folha branca. É a minha sanita da alma. “It’s like takin’ a shit”, como diz o Tony.

domingo, 10 de abril de 2011

"...que nada sei"



Tento ser o que quero que seja, mas pintam-me da cor que não quero vestir. A parada da desilusão e da vergonha paira cedo sobre a consciência. Não sou quem desejaria. Ninguém o será, mesmo que se pintem e os pintem da cor que querem vestir. Mas sobre eles não cairá o peso terrível e fatal da pressão de uma espécie de não existência. Pouca importa o vizinho, se não se olha para si, digo-me nas palavras de gente sábia a ecoar na minha circulação. Mas só sou o que sou porque assim me fazem. No fundo só eu sei. Mas queria que os outros soubessem, também. Porque o vizinho é importante.

Descarrego a melancolia em mim infiltrada por outrém. Tento lavar-me com isto, sacudir o pó dos pinheiros que me tentam adormecer. O pinhal que me quer ver num mundo de fantasia para que me torne um deles. O pinhal dos pinheiros que não o são e nunca o viram ou virão. Ou mesmo que vejam, as raízes que lhes impuseram estão tão implantadas que nunca conseguirão andar cientes do que são. Mas sim do que poderiam ser se não desprezassem a sua origem.

Serei o quê?, perguntam-me ... certezas absolutas sobre isto? só uma: que sobre o que sou, não sei nada.

segunda-feira, 7 de março de 2011

"I was made for loving you"


7 de Março de:
- 1936, a Alemanha, violando o pacto de Locrano e o tratado de Versailles, recupera o território de Rhineland;
- 1986, a música "We are the World" é lançada internacionalmente;
- 2009, Nasce o principe Umberto, da família real italiana;
- 2010, Nasci.
- 2011, Primeiro aniversário

quinta-feira, 3 de março de 2011

"I started a joke..."



Micky, com demónios no corpo que lhe tapavam a vista para a dor que pensava não ter e lhe impediam de sentir a dor que provocava nos que o rodeavam, esquecia-se dos compromissos que assumira. Ainda haviam pessoas que contavam com ele e se davam ao luxo de depender de um toxicodependente... eles acreditavam nele, mas isso é inútil quando não se acredita em si próprio.
Dentro de mais uma trip, faria o mesmo que faria antes quando era descoberto na "crackhouse" por quem dele dependia- sair pela janela para aterrar no lixo que era a sua vida, agora.
A mãe, como nunca, desiludia-se e, por fim... chorava. E eis que surge um momento mágico que fará história (em mim) nas cenas mais emblemáticas a que assisti no mundo do cinema, e que me fizeram pensar (ao revê-la no excerto que vos apresento) que afinal ainda havia justiça no mundo quando foi atribuído aos senhores que aparecem nesta cena os óscares de melhor actor e actriz secundário pelo filme "The Fighter" (para mim, o melhor de 2010).

Melissa Leo (finalmente!) e Christian Bale (sem pingo de dúvida) merecem-no.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"I can see through you"



Sublime.

domingo, 30 de janeiro de 2011

"Reservado"

sábado, 29 de janeiro de 2011

"E aquela taça, que tu venceste(...)"



Por caminhos mais ou menos sinuosos, a Académica de Coimbra está nas meias finais da Taça de Portugal. Cada jogo, uma batalha, a fome de um clube histórico voltar a mostrar ao futebol português que merece estar entre os maiores do circuito. Conseguiu-o com os elementos daquela arte a que uns chamam guerra e outros desporto.
As batalhas que se enfrentaram tiveram a sua dose de sorte, mas também o seu mérito... e a equipa chega perto do seu objectivo, que é estar na alta roda, nos píncaros da modalidade muitos anos depois.
Seguem-se os eternos rivais do V. Guimarães, e a moral não podia estar mais em alta depois de se eliminar um Setúbal que eliminou, em casa, um Sporting com objectivos virados para o Jamor.

É um dia de orgulho para todos os adeptos mais novos, e não só.
Finalmente pode-se falar unanimemente do clube da nossa cidade com orgulho e nariz empinado! Somos semi-finalistas da segunda maior prova portuguesa!

"Se jogasses no céu, morria para te ver"!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Três mil amigos com muitas aspas"



Com a descoberta do iTunes veio o despontar de uma velha paixão, a rádio. A possibilidade de ouvir programas de rádio gravados no dia anterior e que, para grande surpresa minha, tinham muita coisa interessante. Descobri, há pouco tempo, um novo programa que anda por este éter fora há muito tempo: Prova Oral.
Uma edição de Fernando Alvim, e que conta com a participação da sua "wing-woman" Cristiana Alves.
Custa-me perceber como é que isto já anda no ar há 10 anos e nunca o tinha ouvido até há cerca de duas semanas. Desde aí, fiz os downloads dos podcasts, e segui com religiosa atenção, graças ao tempo livre de que usufruo, a todas as entrevistas e a todos os temas debatidos.
No último que ouvi, o convidado habitual era Francisco Salgueiro, um estudioso do mundo juvenil (eu chamar-lhe-ia sociólogo) que publicitou a sua obra (de referência, diga-se) e afirmou coisas que me fizeram pensar muito sobre a geração que me rodeia, os meus contemporâneos.

Entre outras, as palavras "Rede Social" e "Facebook" foram as que mais vieram à baila, sendo raras as vezes em que "perigo" lhes era disassociada.
Não pude deixar de concordar dessa frequente junção de palavras, e posso-vos dizer que num pequeno excerto de palavras, Francisco Salgueiro conseguiu explicar a mim mesmo a razão de estar afastado desses fenómenos à cerca de 4 anos: a exposição é imensa, a pressão de grupo em ter amigos, comentários e afins influencia a auto-estima a quem se deixa ou diz não se deixar abalar por isso mesmo.
Chegámos a esta decadência, com a evolução: qualquer um pode seguir-nos o rasto de um sítio onde tenhamos estado. Pôr no perfil a preferência de estar em qualquer lugar, publicar fotos em casa, ou perto dela em que se consiga perceber sítios das redondeza... tudo isso pode levar qualquer mal intencionado a perseguir os nossos passos, e tê-lo à porta de nossa casa, à nossa espera, quando menos esperamos. E não, como Francisco Salgueiro (e acreditem que o homem sabe do que fala) diz, isto não acontece só nos filmes; a pressão do grupo, como referiu o convidado da Prova Oral de 12 de Janeiro passado, passou, em muito pouco tempo (e eu confirmo-o) "de uma turma de escola para três mil amigos com muitas aspas"... enfim, chegou-se a um tempo em que é difícil ter vida social sem o Facebook ou outra rede social, e, do outro lado da faca, privacidade com o mesmo.

Ouço regularmente a desculpa "Só tenho Facebook porque posso encontrar pessoas que não via há muito tempo". Mas isso chega para se abdicar da privacidade e estar-se sujeito a regras de socialização em que os nossos amigos e inimigos, gostos e personalidade terão de estar de acordo com o que é "cibernauticosocialmente" aceitável?! E as fotos que se publicam em poses ousadas?! É para chamar a atenção desses amigos?!
Enfim, eu não consigo manter os termos "Rede Social" e "Invasão de Privacidade" afastados. É, para mim uma das grandes ameaça dos novos tempos: pelas doses perigosas de auto-estima com que se joga (e as proporções que pode tomar com coisas completamente fúteis) e pela consequente (ou não) exposição de um mundo onde ainda se tem a privacidade como um direito fundamental.

"Alerto", claro, sobretudo os meus contemporâneos que muito navegam essa nova aldeia global do mundo social. Não é por falta de aviso que fico de consciência pesada. E quem leu este texto, e pertence à geração de 90, não poderá ficar sem ele na memória... não terão o direito a ser estúpidos, como todos os adolescentes, segundo um dos convidados da Prova Oral (palavras que subscrevo), têm. Ou estarei eu a sê-lo?


Mais uma coisa que me chamou a atenção, na edição do passado dia 12 da Prova Oral, um problema aparentemente crónico em gerações de pessoas que têm direito a ser estúpidas. Um exemplo dado pelo próprio Francisco Salgueiro: um grupo de adolescentes bebe mais por pressão, pelo facto de um dos membros já ter bebido uma garrafa de vodka; dão riscos de cocaína por haver alguém que se gaba desse feito; começam a praticar sexo descomprometido e sem valor sentimental porque alguém já disse que fez. Na conclusão: "Faz-se tudo em conjunto... mas não se criam relações interpessoais".... não podia dizer melhor!
E depois disto, claro, a depressão de já ter feito tudo precocemente e não faltar experimentar nada. A sede do "aqui e agora" acaba por levar a adolescentes perdidos a amargura do ciclo vicioso, e à entrada com os dois pés no grande mercado que é o mundo das drogas.

Lamentavelmente ou não, este é o futuro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

"Some of them want to be abused"


Uma das ultimas noites das férias de Natal no conforto do meu lar, e ao abrigo da chuva e do frio que se fazia sentir lá fora. Pegava na minha videoteca digital (as minhas gravações do TV Cine, portanto), e estava decidido a escolher um filme com acção, pujança. Tirar um pouco o gosto a drama que, não raras as vezes, tão bem me sabe encontrar.
"The Gamer", o Jogador, um filme de 2009 e no qual entrava o enorme Michael C. Hall (o "Dexter") e o "hollywoodesco" Gerard Butler.

A história era simples e fazia lembrar o que acontece agora com jogos virtuais, mas apimentando um bocado a coisa. Michael C. Hall é o dono de uma grande empresa de uma rede social, que se baseia em escravizar as pessoas... isto é, criam-se avatares, mas os avatares são pessoas reais que se "prostituem" (na medida em que são pagas para isso mesmo) para o jogador que as controla. O incrível é que na sociedade retratada, há muita gente a jogar este tipo de jogo, já que há outras pessoas, controladas, dispostas a ser o Avatar de um qualquer jogador/mestre/chulo.
O dono da empresa social em questão decide expandir o universo da mesma criando um jogo com na mesma base daquele que deu início à mesma, com algumas modificações: o cenário é um campo de batalha, e os avatares só podem ser assumidos por reclusos; para além disto, verifica-se uma escravatura dos mesmos, já que não são pagos e só poderão conquistar a liberdade se saírem vivos (sim, vivos, de campos de batalha reais) de 30 (!) batalhas.
Este jogo atinge logo proporções gigantescas, e cada batalha passa a ser transmitida pelo globo fora. A carnificina reina entre os gostos dos comuns mortais.

Estes são os dados da história, quem a comanda é o homem que está prestes a atingir o que parecia inatingível sob o olhar escandalizado do dono da rede social, que vê o seu negócio prestes a ser arruinado.

Podemos, enfim, chegar a este ponto?! Eu entendo este filme como uma metáfora da perigosa evolução dos meios de comunicação cibernautas, e daquilo a que podemos chegar se não controlarmos, até daqui a uns 20/30 anos, redes sociais e jogos do género do Second Life (apesar de parecer cair para a extinção) ou Counter Strike.
Gostei muito, por retirar esta analogia e pela simplicidade (não há nada de muito complexo, apesar da ficção que carrega) e entretenimento que o filme transborda.
Ah, e ter a versão de "Sweet Dreams" do Marilyn Mason também ajudou um pouco "à festa".

Avaliação: 6.9/10

domingo, 23 de janeiro de 2011

"For whom the bell tolls"



Tocam os sinos, por quem se perde. Os olhos abrem-se de espanto, e fecham-se do susto e do medo do traumatismo. Passa quem se perde, e quem o ama. O frio que congela os ossos chega aos não chega para evitar a queima dos corações. Lamenta-se, chora-se, sorri-se evocando o passado. Mas ninguém está feliz. Um contra-senso, uma contra-festa.
Subo aquelas escadas purificadas, e acabo por invadir o salão onde pairam almas que procuram paz. Não consigo ir ver quem amo, e fico à margem da contra-celebração.
À esquina da minha vista, um gato aquece-se, ao sol, da frescura matinal e encara este contra-festim com naturalidade, com uma situação que não é virgem, observa os lenços sujos, as flores de estima como um filme que vê todos os dias, e que não lhe consegue impingir sentimento algum. No lado oposto, todo o caos e dramatização da vida como ela é.
"Isto não é para mim", desabafei. "Não é para ninguém", disse-me quem já bebeu desta amargura...

Descansa em paz, querido bisavô,
Lembrarei-me de ti quando me formar!

domingo, 9 de janeiro de 2011

"Vamos a pé, apetece-me passear"




Mas alguém ainda duvida do cinema nacional? Tudo bem, há quem diga que as mamas da Soraia Chaves ou de outra beleza rara, à mostra, foram suficientes para esgotar salas... será só a velha máxima do "sex sell's" que leva milhares de pessoas a prescindir do comodismo da sua confortável cadeira, e comida "grátis" à disposição? Será que não se deu uma oportunidade ao cinema português? Aos realizadores? Aos argumentistas? Aos actores?
A estrutura que a TVI montou com a "escola de formação" Morangos com Açúcar não terá resultado? Lembro-me que Cláudia Vieira, Joana Duarte, Mariana Monteiro ou Joana Duarte saíram de lá, e algumas delas tiveram oportunidades no grande ecrã. Merecidas, sim... e bem sucedidas, a meu ver. São elas e eles a "cantera" da representação nacional, queiramos ou não. E foi graças a alguma dessa escola de formação que Portugal conquistou um Emmy.

Eu próprio não aprecio o que se faz na TVI, ou em português de Portugal no que toca ao pequeno ecrã, mas quanto ao grande ecrã... as coisas mudam.
Comédias românticas nos calcanhares de Hollywood?! Esperava encontrar isso? Eu também não. Mas encontrei, e não poderia estar mais orgulhoso. Em "A Bela e o Paparazzo".
Forma-se um casal amoroso com muita dificuldade, entre um paparazzi e a mulher da actualidade. Soraia Chaves não poderia deixar de entrar neste casal. Ambos se conhecem acidentalmente, e a partir de alguma cumplicidade surge o previsível Amor.
As personagens secundárias ajudam à credibilidade e argumento do filme, dão-lhe mais força: Nicolau Breyner, Ivo Canelas e Pedro Laginha são nomes que chegam para justificar isso mesmo (sim, são actores secundários neste filme).
Desenrola-se o resto da acção, com todos os envolvidos, e surgem peripécias que se enfrentam num mundo cor-de-rosa q.b. (com algum azedume para não ajudar).
Acaba-se o filme, e fica-se bem disposto... por muito que o final seja previsível. Tal e qual como em Hollywood!
Parabéns a António Pedro Vasconcelos (realizador) e Tiago Santos (argumentista). E, claro, ao talento dos que deram a cara ao trabalho destes senhores.

Avaliação (foi bom, mas continua a ser uma Comédia Romântica...): 4.6/10

domingo, 2 de janeiro de 2011

"We collect people"



Sabe sempre bem, aos sábados à noite em que não se encontra nada para fazer, uma bela comédia para afastar a melancolia e a monotonia. Por muito vulgar que possa ser, e por mais prevísivel que seja seu o desfecho.

Independentemente do título ou rótulo do filme, estava lá um senhor da comédia de nome Steve Carell e isso foi suficiente para ver "Dinner for Schmucks".
A história começa com um homem ambicioso, que pretende subir na carreira, e que para se integrar no grupo de amigos da "alta rodagem" da companhia onde trabalha, precisa de levar um "amigo especial" para um jantar de aberrações, onde estes são ridicularizados para deleite dos mais "sábios".
O destino oferece ao nosso amigo um senhor cheio de bondade e que tem o dom de fazer esculturas e respectivos cenários para ratos de gesso. Enfim, Steve Carell aparece!
O personagem principal vai contra as convicções dele mesmo e da sua namorada e convida este homem sem vida social, que desde logo lhe agradece a oportunidade de interagir com outros seres humanos.
Entretanto, este novo amigo do personagem principal é usado, mas tambem lhe provoca alguns dissabores, incluindo a perda, (sempre) temporária da namorada.

O desfecho é o normal para este tipo de filmes, mas uma comédia leve nunca fez mal ao cérebro de ninguém, e até serve para desanuviar do stress infelizmente típico desta temporada do ano.

Avaliação: 4.9/10