quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Nice cheesecake"




Há quem seja saudosista e diga que antigamente é que era bom. Eu digo o mesmo, e digo o contrário. Não daria um produto por garantido, e se o obtivesse, sendo esse um objectivo, quando o tivesse seria quase, como nos dias de hoje, receber um iPad com a colecção de notas depositadas no Sapatinho; mas se esse produto está à nossa disposição e em tanta abundância como as maçãs e limões saudáveis de antigamente, apesar de não lhe darmos o devido valor, devemos congratular-nos por esse comodismo!
Eu congratulo-me, por isso, por ter, na minha televisão, um pacote de 4 canais que exibem 24 sobre 24 horas os melhores filmes de agora, e de antigamente (assim como os filmes disponibilizados na internet ao preço da chuva).
Fico, então feliz, e perco, feliz ou infelizmente, horas de sono a ver esses canais.
Antes de ontem, fiquei a assistir com atenção à programação desses canais, e assisti a três filmes, os quais faço agora uma espécie de mini-avaliação (esperem muito disto!).

Convergem todos para o mesmo: vidas paralelas, que, de alguma maneira se relacionam, celebrando-se o tão em voga efeito borboleta (qualquer acontecimento numa vida, muda muito outras). O que vos trago hoje, e me chamou mais à atenção é um filme de animação australiano realizado por Tatia Rosenthal, em que um jovem deprimido, desempregado, a viver com um pai desiludido com o fado do filho, tem problemas com a mulher da sua vida e que procura um sentido para a mesma, tendo um irmão que vive com ele, e que dorme com supermodelos sem auto-estima; a personagem principal é viciada em erva, e tem os seus queridos amigos imaginários de tamanho reduzido a entrar em acção quando começa a moca e a consciência a falar sobre o saudosismo dos tempos de faculdade. No mesmo prédio, em paralelo, exibe-se a vida de um idoso viúvo que partilha a casa com um senhor com a paranóia de ser um anjo (anda com asas o dia todo). É esse senhor que ajuda o nosso amiguinho, ao ser desafiado a voar pelo velho com quem partilha a casa- fá-lo e evita o suicídio da personagem principal, ajudando-o a encontrar o sentido da vida ao pai... e talvez, a ele.
Algo muito simples, e que tem outras mini-histórias como a falta de auto-estima de uma supermodelo careca (que tem nos seus sofás a sua consciência) e o sonho de um miúdo (que é aluno da mulher do nosso amiguinho) em se tornar futebolista. Um filme com alguma moral, e com alguma falta de orçamento, dado que só é assim explicável a aposta em "bonecos de plasticina" animados... ou isso, ou o menor impacto que o filme teria tido com presença de carne humana - não sei. Pareceu-me que a mensagem que passou era que os bonecos eram, no fundo, actores da própria espécie humana, e isso trouxe algum brilhantismo ao filme.

Avaliação: 6.1/10.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"De nada"


Não há estática no tempo nas pessoas que me rodeiam, só evolução. Só eu não o fiz, porque não fui o expectável. Desapareci, e agora não sou quem quero ser mas uma tentativa falhada daquilo que gostava que os outros vissem em mim.

Desamparado no meu canto, decidi sair, e começar a fugir até que vi que o que me perseguia era algo inofensivo era tão ou mais indefeso quanto eu. Podia querer magoá-lo só pelo incómodo, mas era algo inocente e que não tinha culpa do medo, esse sim, que me perseguia. Não lhe dei dois tiros, não fugi mais, tornou-se indispensável e adequado na gaveta mais apropriada. Não era mais que um relógio entre meias.

Pus a mão naquilo que achava ser fogo e não me queimei. Arrisquei, apenas por necessidade, assumir a normalidade. E gostei. Consegui. Olhando para a altura, não parece difícil, mas se voltar, será sempre o meu Cabo das Tormentas. Ultrapassável, mas com o esforço que requer.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Divisão"



"Jorge Jesus comentou esta quinta-feira os recentes elogios de Pinto da Costa, onde o presidente do FC Porto disse que o Benfica tinha “um grande treinador”. Para o técnico encarnado tudo não passa de uma “intenção de dividir a família benfiquista”.

“Penso que todos os adeptos benfiquistas percebem o sentido dos seus elogios, que têm a intenção de dividir a família benfiquista. Vou permanecer muitos mais anos no Benfica. Vou continuar a ganhar e a dar muitas alegrias aos benfiquistas”, referiu Jesus, durante uma iniciativa de solidariedade da “Acreditar”.

Sobre o campeonato o timoneiro das águias continua a reiterar que ainda nada está decidido: “Quem está em primeiro é sempre melhor, mesmo que tenha dependido de terceiros. Mas devo recordar que ainda estamos na primeira volta do campeonato”.

“A corrida ao título é a três. Penso que o Sporting ainda tem uma palavra a dizer”, finalizou o técnico campeão nacional."

- www.record.pt

Foste sincero, ou é para nos distrair?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Se não marcou, não é"



Sinceramente, eu não percebo muito bem de que se trata a história (a desincronização do vídeo também não ajuda), mas é notória a maneira apaixonada de explicar as coisas que Pôncio Monteiro usa para recordar uma história repleta de vivências. De uma maneira pessoal, mas que me entreteve ao longo de todos os "Prolongamento"s e alguns "Jogo Falado"s (muito escondidos na memória). Era o seu jogo (o falado, de maneira malandra, da maneira mais parcial [compreensível] de puxar a brasa a sua sardinha) que nos entertia, e é agora, no prolongamento da vida que irá entreter com vídeos como os que vos apresento.

Clubismos à parte,
Obrigado pelos momentos de verdadeiro entretenimento que me proporcionou, Dr. Pôncio Monteiro. Que descanse em paz.

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Circolo Vizioso"


Sempre me foi posto à mesa o tema da corrupção dentro de instituições tão nobres como empresas (desde os seguros às associações desportivas) ou Estados. Sempre me foi impingido pela família desde que aprendi a andar sobre a argumentação. Mas a minha mente, formada ou deformada pelo que me tinha entrado antes nos olhos, impediam-me de me manter em pé e acabar com a boca calada, fechado no orgulho de quem não quer ceder. Ingénuo, admito. Isto durou algum tempo, e os benefícios da dúvida dados aos escândalos sociais eram uma constante devido àquele que considero ser agora o 1º poder- a imprensa.

Vendo agora as coisas, estava a ser tudo menos estúpido (ou burro). Porque, precocemente, tinha noção do tráfico de influências por trás de cada palavra que o pivô de um jornal proferia.
Num estado reflectivo cuidadosamente bem afastado da esquizofrenia ou do sensacionalismo que se quer impingir por cá, conseguia dar aos inimigos da imprensa a minha tolerância. E continuo. Por cá.

Mas quando olho lá para fora, e quando verifico que o que me chega não chega ao sítio em questão... aí torço o nariz.
Num país, onde não há conspirações por parte da imprensa sobre o governo... é caso para desconfiar. A somar o facto de o seu homem-maior (o quanto me custa dizer isto deste homem) ser, na prática, o dono da imprensa local - "apenas" uns quantos canais privados com grande peso na audiência, alguns jornais e rádios... e claro, os canais públicos do país-... a tolerância passa a ser menor.
A imprensa rival tem medo do homem que no país manda, e quando as eleições batem à porta, não é de estranhar que ele renove o seu "vínculo" com o país (tamanha a mensagem subliminar e campanha publicitária) por escolha de quem o... vê.

Assim, este senhor de que vos falo, pode continuar a contratar prostitutas para o seu palácio, intimidar os rivais do 1º poder (do qual, repito, ele também é rei), e viver bem com isso... sem que ninguém de dentro saiba.
E assim se sustenta o vício da corrupção, com as massas lavadas cerebralmente pelo 1º poder, assim se dá a continuidade ao circolo vizioso que tanto satisfaz quem de abundância vive.

Ainda bem que há quem conteste (vejam a obra da cineasta Sabina Guzzanti).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

"Vergonha"

(Não, este homem russo não está numa banheira, nem está a beber água)


Todo o português, e não só, tem em si um homem carrancudo e desconfiado de um reverso do destino que teria sido causado por factores externos e injustos, enxotando ao máximo a culpa própria. Confesso que me revejo nesta descrição, como português que sou, mas nunca gostei muito de criar polémica, de levantar poeira ou de a atirar aos olhos de alguém...

Mas hoje...! Hoje foi demais. No dia de ontem, e nos seus anteriores era dado como muito provável a vitória à candidatura ibérica relativamente ao Mundial de Futebol de 2018. E não era de estranhar: dois países latinos, de sangue quente e paixão pelo futebol que já vem desde os primórdios do desporto, tendo grandes relações comerciais, uma capacidade hoteleira invejável, bem como (falo pelo nosso país) pela capacidade gigantesca de organização de grandes eventos... e com grandes facilidades a nível de transporte (ou assim se prevê) entre si que tornam a Península Ibérica num só espaço comum... contra três candidaturas inferiores pelas razões que apresentei e por mais umas: mais de metade dos estádios estariam já preparados a receber os jogos do Mundial; enorme retorno financeiro por este mesmo motivo (investimento menos avultado que outras candidaturas, "desactualizadas") e para quem mais precisa... enfim, podia enumerar mais.

O espaço "Rússia" é maior que a Península Iberica, e isso fará com que não haja tanta flexibilidade de transporte, apesar da grande capacidade hoteleira (semelhante, provavelmente, à Ibérica). Isto, e outras razões que referi fazem da Rússia um péssimo anfitrião do Mundial em termos comparativos.

Há quem se cale, e coma, mas eu não. Não tenho problemas nenhuns em dizer publicamente que a máfia russa está envolvida nesta escolha. Por alguma razão, os enviados russos já cantavam vitória antes da decisão, e Vladimir Putin já tinha enviado a importante notícia à empresa de que tinha o avião pronto para o levar directamente para Zurique em caso de vitória da candidatura russa.
Este homem, este processo de escolha, merece todo o tipo de insultos, mas não querendo ser mal educado, creio que posso falar em canalhice, falta de dignidade, egoísmo... um homem que merece não ter abrigo e passar fome como muito se vê por aqui. Não lhe desejo isso. Seria pouco.

Duvido muito que isto seja lido por alguém chegado de perto a alguém com bom cargo na FIFA ou sequer parecido a estas pessoas, mas se chegar a elas, fica a questão:
Não se está a destruir o futebol, com o seu sub-mundo? Porque não se combate a compra de votos e a entrada de poder monetário ilícito? (esqueçam esta última... eu esqueci-me que também vos convém, esse).

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"O que é nacional..."




Desde quarta-feira passada às horas a que vos escrevo, que tive orgulho do futebol do meu país. Foram três jogos com muita qualidade e que comprovaram o que, afinal, cá temos de tão bom.

Começou com a vitória histórica de Portugal sobre a Campeã do Mundo. Um 4-0 que cala todas as críticas que possam existir relativamente à qualidade dos jogadores ou do treinador da nossa selecção. O simples ocupou o lugar do complexo, e dá frutos apetecíveis que antes pareciam ser tão proibidos e dignos de um risco enorme. Mas nunca foi complicado simplificar porque o risco, ao contrário do que a sensação de mister Queiroz lhe indicava, é muito menor. Os senhores técnicos da invenção nunca vingaram no futebol, e isso não mudará. O futebol, na sua essência e beleza máxima é... simples! Simples e belos quanto os quatro golos da nossa selecção aplicados àquela que é considerada a melhor nação do mundo a praticar futebol.

Domingo, mais uma prova da qualidade do nosso futebol, na festa da Taça de Portugal: Moreirense, equipa de escalão inferior, quase bateu o pé à equipa que melhor futebol pratica no nosso país. O jogo não foi a prolongamento, porque esta equipa usou tudo o que podia, e o muro de Moreira de Cónegos não era tão resistente assim para suportar um armamento daquele calibre.
Outro dos grandes também se viu aflito para bater outra equipa inferior, que não provocaria escândalo se tivesse tombado o "gigante". A prova da competitividade da Liga Portuguesa. Duas equipas do mesmo escalão ombrearam, e nem se deu conta de quem tinha historial superior.
Outro jogo de Domingo que provou a qualidade do nosso futebol foi o Beira-Mar - Académica. Podia-me basear apenas nas 19(!) ocasiões de perigo levadas a ambas as balizas nos 90 minutos para me justificar. Mas posso ir mais longe, e falar da qualidade técnica que jogadores como Sougou, Leandro Tatu, Éder, Diogo Melo ou Ronny, do selo de qualidade com que cada bola era carimbada nas mãos de Oblak ou Peiser. Enfim, um jogo digno de "outro campeonato"... mas aconteceu cá, e entre equipas do nosso! Haja orgulho.

Há pouco, o Braga derrotou e silenciou um dos mais experientes grupos de futebol na Champions. Uma das melhores equipas do mundo (dentro do top 5 das mais organizadas).
Matheus, em dois laces de contra-ataque fez o resultado. E acabou. O Arsenal de Braga foi superior, e a vitória não merece qualquer discussão.

Parabéns a estas performances, e obrigado pelo orgulho com que me enchem de ver todas as semanas um futebol que tem qualidade.
Acredito piamente que se não houvesse uma ditadura dentro dele e um sistema tão enraizado como há, haveria mais e maiores feitos de equipas da liga portuguesa.
Haja orgulho, combata-se a escumalha.

domingo, 21 de novembro de 2010

"Hey, what's an e-mail?"



Não sei se motivado por duas "críticas" que fiz anteriormente ou pelo toque do filme em si, senti necessidade urgente de vos vir falar de "Hot Tub Time Machine"...

O filme começa no presente, com três amigos de adolescência e a vida aborrecida e triste que estes têm. Um é basicamente um PT para cães e a única coisa que o consola é o amor que tem pela mulher... que o trai todos os dias da semana; outro acaba por ser deixado pela mulher e a única companhia que tem é um sobrinho depressivo deixado pela irmã, reclusa; o que resta, é um homem alcoólico, divorciado e solitário que se tenta suicidar.
O tempo, naturalmente, separa-os, indo um para cada lado... e o que os volta a unir é a tentativa de suicídio deste último.
Paira-se nostalgia quando Adam (John Cusack) e Nick (Craig Robinson) se vê Lou (Rob Coddry) deitado na cama do hospital. Ambos sentem que está na hora de voltar ao passado, e acabam por ir para Kodiak Valley tentado trazer os velhos tempos de volta.
Acontece algo inesperado. Uma bebida chamada "Chernobyl" (trazida por Lou) entra pelo Jacuzzi do quarto dos três amigos e... Jacob (o sobrinho de Adam). Tanto se queria invocar os velhos tempos que isso acabou por se verificar.

A partir daqui, há um imenso cheiro a anos 80. Algo que agora vende que se farta, nesta onda saudosista que existe, criada por quem por lá passou. Portanto, compreensível tudo o que se passa na cabeça do director deste filme: uma comédia parodista daqueles filmes em que se volta atrás no tempo (Efeito Borboleta é o exemplo mais escandaloso), com um tema extremamente em voga, e com um elenco suficientemente bem sucedido para compensar a história do filme (fraca, admito).

Parece uma comédia clássica para ir ver ao cinema num Sábado à noite, mas não é bem assim. Ao contrário do que se exibe nas telas por estes mundos e noites de Sábado fora, este filme não é "descartável", e dá muito para pensar. Pelo menos a mim, que imaginei os meus pais naqueles tempos de loucura que eram os anos 80 e tudo o que se passava à volta, e a questão impôs-se "O quanto gostariam eles de mudar o futuro?"... "E quão importante era o que tinham alcançado até aqui?". A resposta surgiu-me quase instantaneamente, como que fosse seus porta-voz: nada. Se voltássemos atrás no tempo, não haveria qualquer inconveniente. Falo por eles, por mim e creio por cada um de vocês com esta frase fantástica de John Cusack (Adam): "I just let the universe decide". E se continuarmos a viver assim, será melhor, aconteça o que acontecer. Não era o que estava predestinado, mas sim uma oportunidade. O universo apenas nos enche dessas mesmo. De nada adianta saudar o passado, lamentar o que foi ou não foi feito.

Este filme emprestou-me essa visão interessante, e espero que a muitos dos que rastejariam até um qualquer sítio para fanáticos religiosos a pé para voltar atrás no tempo também.
Enfim, apenas uma interpretação. Acredito e aceito que muitos que o vejam, lhe entre a 100 e saia a 1000, como um filme vulgar. Para mim, não o foi, e irei estima-lo e recomenda-lo até ter a certeza do que acham os meus "críticos" mais próximos.


Avaliação (do ponto de vista "profissional", claro): 5,4/10

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"I will ('no man's land')"



Eu devia dormir para o lado onde me sinto melhor sem ressentimentos
Eu devia lixar-me para o que te atormenta
Eu devia esquecer facilmente
Eu devia parar de pensar que fomos mais do que fomos
Eu devia deixar de romantizar
Eu devia renunciar-te em meu proveito
Eu devia fazer tudo o que não quisesses que eu fizesse
Eu devia meter-me no esconderijo onde não queres que esteja
Eu devia libertar-me das tuas amarras
Eu devia...

...como tu.

E irei dormir quando me quiseres acordado, lixar toda a réstia de ti, esquecer-te, parar o parasita que és tu, deixar que ele saia, renunciar ao nosso passado, fazer com que se desvaneça, metê-lo no bolso para mais tarde reciclar... e sentir o sabor da liberdade de algo novo.

Irei, minha querida e bela monstra. Descansa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Gol, gol, gol"



A beleza do dia-a-dia, aquela que nos invade o olhar e nos intriga, que nos remete para vulgares seres fica-nos para sempre arquivada na memória. Sempre transmitida no 3D que a Natureza nos proporciona.
O golo, que não chegou a ser, de Ronaldo, é um desses raros casos. Como amante do futebol e espectador atento há mais de uma década (devo ter visto pra cima de meio milhar de jogos e largos milhões de golos), devo-vos dizer que este foi dos melhores golos que já vi na minha vida. E jamais poderia deixar de partilhar, quando há oportunidade para isso.

Se não foi golo, foi das jogadas mais brilhantes que alguma vez vi partir de um futebolista. Os clichês não entram para aqui, por ter sido quem foi... a beleza do lance ultrapassa-os, remete-os para a mesquinhice que lhes está na origem.


P.S.: Não fiquei satisfeito com os 7-0 à Coreia do Norte e manifestei-o à praça pública. Fui contestado, mas o que viria a seguir (somente 4 golos em 4 jogos, todos no mesmo jogo, que resultou num empate frente a uma equipa, no máximo... medíocre!) dar-me-ia razão.
Com este resultado de valor aplicado incontestável... também não digo que esteja satisfeito na totalidade (os 2 últimos golos surgem de contra-golpe, e a diferença na posse de bola foi esmagadora). Mas sempre me sinto mais seguro do futuro da nossa selecção com este 4-0 que o 7-0 no Mundial. Afinal derrotámos os Campeões do Mundo por um resultado expressivo, e temos, agora sim, bases sólidas para que se construa a pirâmide do sucesso. Falta colocar o resto dos tijolos sem nos desequilibrar.
Mas que não se embandeire em arco, por favor.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"J'ai 11 ans (...) Je me suicidrai"


"Le Hérisson" abre com um monólogo fantástico de uma miúda sobredotada de 11 anos que não encontra qualquer sentido na vida, vendo-a como triste e fatal. Efémera e dolorosa, mas do que a morte. Então, por ter a convicção de ir para aquilo que ela chama de aquário, vai-se matar. Planeando o dia da sua morte e tudo o que lhe antecede - tudo gravado na sua câmara de vídeo. Ela própria fala para a sala de cinema, e o filme é quase todo composto por um monólogo fortíssimo de uma rapariga a quem se lhe retirou toda a inocência e a alegria que com ela vem.
É num cenário de uma cidade francesa triste e escura que Paloma cresce, e é precisamente uma pessoa tradicionalmente triste e escura que a faz voltar a sorrir, a porteira do prédio- vive num pequeno compartimento do prédio, onde faz pouco mais que aquecer o seu chá a beber a cultura dos milhares de livros dispostos na prateleira onde o seu gato por vezes dorme. É a partir desta senhora desgostosa da vida, que Paloma recupera o sentido da vida e encontra um desafio novo... o de devolver Reneé (porteira, melhor amiga)... à vida!

Ela consegue, incentivando-a ao relacionamento um japonês novo no prédio. Há a longa e natural hesitação de quem não se acha atraente no início... mas as coisas começam a encaixar, e Reneé a sorrir... até morrer atropelada, numa cena que parecia banal- a sua projecção foi feita de maneira extremamente realista e banal num plano filmado de cima. É aí que termina, abruptamente o filme, com uma frase espantosa de Paloma:
"O que importa é o que se faz antes de morrer. Reneé, tu estavas a amar quando morreste". Esplêndido!

Como um miúdo precoce que fui no que a morte diz respeito, não pude deixar de me identificar com esta personagem principal. A diferença entre mim e Paloma é que nunca fui sobre-dotado e nunca soube intelectualizar os sentimentos da maneira que a personagem faz nesta obra-prima francesa. Tocou-me fundo, o "Le Hérisson".

Avaliação: 7,8/10.

domingo, 14 de novembro de 2010

"It's all in the song"



Engraçado, inovador :).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"The twists and turns"



Depois de longa ausência, as saudades de Michael C. Hall e companhia já eram algumas. Tive mesmo de ver a 5ª temporada de Dexter ontem à noite. Não foi no antigo ritual de Domingo, mas foi numa noite, e numa altura em que estava aberto a novas experiências, a aceitar algo novo vindo do velho. Mas desiludi-me.

A história do episódio encaminhava-se para um final previsível, e tinha no seu conteúdo outros sub-episódios também previsíveis (envolvimento de Debra com Quinn, e o antecedente da rivalidade deste com Dexter a levar a um apontamento de dedo pela morte de Rita). Tudo muito previsível e sem adições à linha de história da série (eram na mesma peças do puzzle, mas daquelas que não metem piada a encaixar [o regresso à origem história da vida dele com Rita]).
Algumas cenas nem sentido fizeram- porquê Laguerta tão intrigada com a morte de Rita, que nem conhecia tão bem?
Pior, o começo da humanidade da personagem! Algo que tanto o descaracteriza.

De positivo, pouco houve a reter. Aliás, só me recordo mesmo do toque de comédia por Vince Masuka e daquele emocionante encontro de Dexter com os filhos e pais de Rita para dar a notícia da sua morte.

Enfim, desiludiu-me o primeiro episódio de Dexter. Teve um pouco dos característicos "twists and turns"... mas nada empolgante como qualquer um dos primeiros episódios das anteriores temporadas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"There's something in the water!!"



Eu não percebi bem se o género de "Piranha 3D" era a comédia, terror ou suspense... ou apenas uma mistura barata de todos os géneros.

Em termos de linha de história o filme não é mau de todo tendo Jake como personagem principal e uma data de personagens à sua volta (um conjunto de "personas" muito aproximado do estereótipo de filme americano, como o principal a ser o "tótó", que conquista a rapariga que pretendia; o típico mau da fita com o vício carnal do sexo e do dinheiro, ... mas enfim, desculpa-se), e fala em factos científicos que parecem credíveis.
Isso, e uma data de mamas à mostra (enfim, a forma mais fácil e barata de chamar a atenção o público masculino), durante o filme, até o torna interessante de seguir nos primeiros 45 minutos... mas depois, quando entra em acção o suposto verdadeiro terror, a credibilidade do filme cai, e torna-se num festival de (im)prováveis gargalhadas... leia-se, muita palhaçada e acontecimentos de uma estupidez profunda. É que com o caos instalado, já não eram só as piranhas que entravam em acção... já era, por exemplo, a cara de uma bela rapariga transformada rapidamente em caveira... por acção de um motor de um barco que agarrou o seu cabelo. Só um exemplo...

Pagar 7 euros para ver o filme não vale mesmo nada a pena. Nem para os fãs da sequela... a menos que sejam facilmente impressionáveis por uma pseudo-genialidade fictícia do realizador deste filme, ou procurem apenas o interesse do grafismo do filme (que, refira-se, fica-se pela mediocridade).

Como é que se consegue anunciar tanto um filme com actores tão pouco prestigiados e com um cenário tão pobre?! Enfim, não entendo.

Conclusão: Uma espécie de filme. 2,5/10 de avaliação.

domingo, 7 de novembro de 2010

"Incrível, senhores ouvintes"



Escrevo-vos meia hora depois do início de uma nova modalidade em Portugal. Depois de tanto tempo a planear, iniciou-se finalmente! Parabéns aos que queriam ver este espectáculo no Estádio do Dragão e aos infiltrados que de tudo fizeram para não vencer este jogo.

Já vi e ouvi muita coisa, apesar de tenra idade, e sei que este Benfica não é um Benfica normal, não está ao nível, sequer daquele Benfica de João Vale e Azevedo. Aí estávamos menos mal. Nunca conseguimos ir para além de vergonhosos 2º lugares, mas nunca nos humilhámos assim. O infiltrado não era inteligente o suficiente para nos pôr para baixo desta maneira que se vê em casa do nosso maior adversário.

Lamento a ingenuidade do nosso actual presidente, que manteve Jesus na nossa equipa contra a sua vontade de rumar ao clube do seu velho amigo Jorge Nuno.

Não terá sido estranha a ida de Jesus para o Benfica, numa altura em que o FC Porto também o queria? (tendo em conta, claro, a notória vantagem dos aliciamentos legais ou ilegais que ganham sempre contratações). Não terá sido estranha a investida do FC Porto no treinador do seu adversário directo?!
Mais flagrante! Um homem que conquistou o desígnio de
O mestre da táctica, volta a fazer o que fez o ano passado em Liverpool onde o resultado foi um vergonhoso 4-1, tendo nesta altura, apesar deste resultado, ainda mais recursos que este ano.
E Saviola no banco?! Justifica-se a entrada de um jovem que pouco mais fez que uma agradável e esgotante (sim, esgotante... e cinco dias antes deste jogo!!!) exibição contra o Lyon em casa?!

Ou o homem não está bem, o que não me parece, ou não consegue reter o que é a mística benfiquista e entender a grandiosidade de um clube e a responsabilidade que estar nele acarreta. Ou então, uma terceira hipótese, e que me levou à conclusão das linhas iniciais: há um acordo de cavalheiros... entre dois belos amigos. E o favorzinho faz-se hoje, na "casa" do belo amigo Jorge Nuno. O presente da satisfação para ambos os lados, a frustração soltada por continuar lá da parte do nosso homem do leme, e a humilhação que tanto agiganta os egos da Invicta.

O futebol português passou a ser isto mesmo? Então dispenso a modalidade, obrigado.
Para golpes de teatro e resultados combinados, conheço outro desporto muito mais real e leal! E que é entretenimento, puro, ao mesmo tempo. Ou então vejo o que se passa lá fora e torço pelos portugueses que lá jogam. Limito-me a isso.

Ingenuidade táctica num homem consagrado a esse nível, de 50 e tal anos?! Deixem-me rir...

sábado, 6 de novembro de 2010

"Lucky there's a Family Guy"


Graças à maior velocidade da transmissão de informação, e graças às plataformas que. à vontade, 70% das pessoas que vêm séries usam, já estou familiarizado com o que são os frescos episódios da nova época de temporadas.
Estou extremamente surpreendido, pela positiva relativamente a algo que já me surpreendera antes: a genialidade de Seth McFarlane, o criador de Family Guy, American Dad e The Cleveland Show.

Sinto-me, graças a ele, privilegiado e com vontade de valorizar tudo o que me é fornecido gratuitamente pela internet. A facilidade a que chegamos a algo é tanta que já não damos tanto valor como daríamos antes caso o contexto económico e cibernauta fosse outro, passado.
Apesar de ter à minha disposição, episódios diários de Family Guy na minha televisão, fiquei tentado a ver os episódios mais recentes disponibilizados por aí (como quase sempre acontece). E posso-vos já adiantar: a qualidade melhorou!

Quer em termos gráficos, quer em termos de história. O primeiro episódio, emocionalmente dedicado à mãe de McFarlane, é baseado no livro "And Then There Were None" de Agatha Christie. E apresenta as reviravoltas e o suspense que a um nível muito próximo desta autora... e a comédia corrossiva a que já estávamos habituados. Não me adianto muito, mas sinto que é um daqueles episódios que vai ficar cravado na história desta geração. Sublime.
O segundo episódio da 9ª temporada de FG apresenta-se categoricamente com mensagens políticas fortíssimas, e com uma sequência de acontecimentos (entre clips e afins) extraordinariamente inteligente. Bem ao jeito de MacFarlane... mas numa versão ainda maior.

Digna de registo, para já, esta 9ª temporada de Family Guy.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"A Catedral do Massacre"



Há algum tempo que a Luz não virava Inferno. Passaram-se 7 meses desde o último massacre. E pareciam direccionadas dessa maneira, estando no "assador" um borrego enorme, velhíssimo e resistente. Mas não é que este escapou?! 15 minutos depois de uma hora torturante, lá saiu (porque o assador precisava de ser poupado... não estamos no tempo das vacas gordas) e quase que fugia. Mas acabou por ser abatido pela aquela hora de constante ataque. Era enorme, resistente... mas, no fim de contas, não resistiu e não foi maior que o vermelho. E a noite foi épica, por muito estúpida que tenha sido a parte final da celebração. Fez-se a festa, é o que interessa.

Os anfitriões foram brilhantes, então aquele casal que vive na esquerda: Peixoto deixou de tentar o protagonismo e deu espaço para o show do seu parceiro. Na direita, Maxi arranjou um novo par, e este revelou-se demais para uma camioneta que precisava de umas sobras de areia (ou seja, complementaram-se). E no meio, o homem do assador, que deu 4 facadas no borrego e depois de missão cumprida se veio embora... o homem do massacre, o enorme Carlos Martins.

Finalmente, sádicos de novo! (nem que tenha sido por uma hora)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"I see a little silhuetto of a man/ Scaramouche! Scaramouche!(...)"



Não posso deixar de ler artigos sobre música, mesmo em revistas que pouco relacionadas com o assunto. Uma mera referência a uma música mundialmente (ou não) conhecida no título chega para ler o que alguém escreveu acerca de algo, seja o que fôr.
Portanto, enquanto desfolhava as páginas da GQ deste mês, não deixei escapar o artigo de música que lá vinha. Falava dos Queen e disparava defeitos como Al Pacino (como Tony Montana) disparava tiros no grandioso "Scarface". E este autor, que não sei se é especializado ou não introduzia-nos aos tiros tal como Tony Montana com o seu célebre Say Hello to my Lil' Friend: "Por mais que envelheça (...) jamais conseguirei ouvir Queen sem sentir um incómodo, uma náusea, um mau cheiro(...)".
Ora bem, eu desconheço por completo a formação deste jornalista (um tal de Franscisco Camacho) ou a experiência que ele tem seja onde fôr que contactasse com música. Chamem-me ignorante, se quiserem... mas chamem-lhe a ele também. Porque Queen é a base da música pop moderna/alternativa e não algo que a veio destruir.
Por muito que se queira destruir a lenda, por muito que se queira deitar abaixo ou somente chamar atenção, jamais se justifica uma crítica tão dura aos Queen.

Queen repulsam este pequeno jornalista como um gay repulsa um homofóbico/fanático religioso ("nem que o Sporting ganhe a Liga dos Campeões e receba a Taça ao som do We Are The Champions", diz ele). Tudo bem, são opiniões/gostos. Agora negar e desprezar a sua importância histórica já não é uma opinião, é uma visão absurdamente errada e extremamente tendenciosa! Vejam, e comentem: o pequeno jornalista fala que o mau gosto tomou conta da discografia dos Queen, e que a musicalidade deles abrandou os anos na música, para além de acrescentar que os a banda de Freddie Mercury não inspiraram qualquer banda talentosa desde o seu nascimento. Comentários a isto?... para quê?!

Eu confesso, não gosto, na generalidade, de Queen. Mas nunca neguei a sua importância histórica e jamais deixaria de admitir que os identifico em bandas que tanto admiro como Muse ou Gogol Bordello (sim, vejam Eugene Huntz em palco!)... só para citar as que me são mais chegadas.

Como diria uma pessoa que tanto respeito tenho, e que se dá pelo nome de povo português: "É o país em que estamos"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"That's just the way it is"



Há aqueles dias, todos temos. Passas o dia a trabalhar ou sem fazer nada, e aquilo que reténs não é nada mais que desilusões, como que se a tua ingenuidade fosse destruida outra vez. Como violassem o espaço que julgavas intocável. Mexe-te na ingenuidade quem menos esperavas. Associas tudo a isso em tua casa: folhas caídas no teu jardim, ou um livro infantil cuja personagem demonstra com toda a simplicdade uma maçã.

Tu imaginas ela a dizer: "é a vida", com ternura no olhar, e carinho na mão que aponta.

Vive com isso. Tem que ser, e estás sozinho. Refugia-te nos teus cigarros, nos teus anti-depressivos, nos teus ansiolíticos, no teu alcoól... na tua cova.
É-se mesmo assim.

sábado, 16 de outubro de 2010

"Watching the watcher/ Getting shots in his chest"



Uma banda tão antiga, e tão discrecta. Manteve-se no activo, talvez pela sua unicidade. Estes Flaming Lips, continuam na vanguarda do som experimental e prova disso é este "Conviced of the Hex", que tem uma lírica fantástica e uns acordes à la space rocker, que nos invadem os ouvidos.

A Música é retirada de Embryonic, um dos melhores álbuns de música de 2009.
Recomendo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"We'll return after this..."



A frase do título deste post relaciona-se imenso com o vídeo. Porquê? Será menos estranho para quem não se integrou na cultura anglo-saxónica que todos os dias nos invade os olhos, ouvidos e paladar.
Quem estiver habituado a ver shows falados em inglês, por outro lado, não verá, à partida, no título (que remete, para os leitores que se identificam com as primeiras linhas deste post para um "Voltamos já a seguir"/"Voltamos depois dos anúncios públicitários"), qualquer conecção com o vídeo (os mais astutos por certo conseguirão fazê-lo).

Passo a explicar: De há uns tempos para cá, devido a factores que só ao autor deste post dizem respeito, andei alheado do mundo da música. O iPod é sempre imprescíndivel, mas não andava com tanta atenção ao que se de bom fazia por esse mundo. Até que, no intervalo de uma série que seguia no FX, aparece o anúncio do concerto de uns tais Virgem Suta. Fiquei agradado com a melodia que se apresentava (confesso que o que mais me chamou a atenção foi a similaridade da voz do vocalista com a de Manel Cruz, ex-Ornatos), e decidi investigar sobre eles. Fui ouvi-los, e cá estou eu a divulgá-los, e a ganhar gosto pela descoberta de novas coisas para ouvir e partilhar. É caso para dizer "I've return after this" (Eu regressei depois dos anúncios públicitários).

Quero também realçar a evolução que a música portuguesa está a ter, e a importância crescente que vai assumindo no panorama sociocultural. Eu, atento ao mundo da música, não conhecia estes Virgem Suta, e foi uma publicidade de um canal que nada tem a haver com guitarras e vozes que me chamou a atenção para o que eu andava a perder (ora, se os anúncios passam em canais destes, é para chamar um determinado público não habitual nos concertos destes dois senhores).

Assim, estamos num bom caminho.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

"Não sei"




Jogando aquele jogo abstracto, digo: "queres que escreva sobre que tema?"
"Oh...
Ah!
Não Sei" Diz
"Ah, ok" respondo.

domingo, 10 de outubro de 2010

"(...) o maior de Portugal, o maior de Portugal..."


Uma sexta-feira diferente, a última, para a Selecção Nacional de Futebol.
Finalmente uma vitória sem discussão e um resultado considerado normal perante o adversário!

Os motivos, as fórmulas, os segredos (que Paulo Bento garantiu não ter)... podem ser discutidos olhando para estatísticas, que valem o que valem, sim... mas dizem qualquer coisa, e são tudo menos uma forma de inverter os factos para quem os julga (ao contrário do que diria um políticozeco que escreve na primeira página de A Bola). Afinal, existem e são publicadas em jornais... no que ao futebol diz respeito, são muito importantes e fonte de interesse global do adepto comum.

E estatisticamente falando, podemos verificar que, desde o jogo com a Malta fora de casa e que marcou a estreia de Queiroz na selecção nacional, jamais foi conseguido um resultado normal para esta selecção. O resultado foi 4-0.
Viria-se a repetir, tudo bem, mas em casa, onde tínhamos a obrigação de ganhar... pelo meio, com excepção da popular vitória por 7-0 no Mundial frente à Coreia, houve vitórias envergonhadas por exibições medíocres (Camarões, Bósnia...), derrotas inimagináveis (2-6(!) frente ao Brasil, 2-3 frente à Dinamarca... em casa!) e empates estranhos (0-0 com Cabo Verde, empate caseiro com a Suécia, empate com a Costa do Marfim [e não arranjem desculpas porque tínhamos obrigação de ganhar, afinal somos Portugal, um dos supostos colossos do futebol europeu!]...).

Enfim, o ciclo mudou, o lixo foi deitado fora de uma maneira degradante (que vergonha, o que se fez com Queiroz, e o que este mesmo fez!)... e chegou Paulo Bento.

Aliás, está aí uma das semelhanças desde o jogo com a Malta: novo seleccionador. A outra? Dois jogadores do Benfica no onze inicial.
Tendencioso? Não, limito-me a olhar para as estatísticas. Mas mesmo saíndo delas: não trará a presença de jogadores do maior clube português, outra aura e outra expectativa sob a Selecção?! Provavelmente, sim.


P.S.: Já que falo do jogo de sexta, não quero deixar de elogiar as exibições fantásticas de Moutinho, Meireles, Nani e Ronaldo. Pareceu, 2 anos depois, que tínhamos equipa.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

"Pai..."




Um herói para mim, com a devida arrogância e distância. Olha para mim pelo canto do olho, e dá respostas curtas como se o culpado de estar na sua vida fosse eu. Não queria o compromisso comigo, não tinha tempo para coisas sérias, ficando as justificações pelo próprio trabalho que exercia e tanto me fascinara.
As suas glórias foram meus momentos de felicidade, os seus falhanços a minha tristeza imensa. Eu era por quem ele era, porque assim tinha que ser, e nunca fui bem explicado. Nunca tive culpa dos meus fracassos, mas a pressão de tão reduzido investimento em mim era tanta que me auto-maritirizava, fechado na prisão a que me condenou.

O choro, a tristeza, o fracasso dele faziam-me chorar, porque era eu quem sofria mais por gostar tanto dele.
Ainda hoje é assim. Não suporto ver-te chorar. É como se fosse eu o teu pai, mas ao contrário. Provavelmente nunca amei ninguém como te amo a ti.

Ver-te a dar o braço, e não apenas o dedo, num momento tão difícil enche-me de alegria e motivação.
Só precisei de esse bocadinho a mais de investimento, pai. Foi ele que me faltou estes anos todos, e agora... tento mudar os teus olhos, límpidos e esverdeados, para que não me vejam como o falhado que sinto ser.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Look..."


"Livre de um senão, estou
Preso no meu castelo que alguém esculpiu
Em ti, sou
Algo que de sentimentos se despiu

Razão, não a quero
Ficar, preciso
Palavras, eu venero
Procuro, sorriso

Situação difícil,
Consciente, em excesso
Entras como um míssil
No meu universo"

10/06/09

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Não é preciso ter talento/ Apenas um palmo de cara"


Seguem-se rumos por influências. Carreiras de uns influenciadas por outros, que nem da mesma carreira são. É assim que se fazem advogados, polícias e ladrões- vêm do (hoje em dia) imenso mar que é o entretenimento, e quando dão à costa sentem logo o piso irregular, desconfortável que terão de percorrer durante o resto das suas vidas. Não fazem para mudar, se chegam à estabilidade... não é obrigatório ser ambicioso, porque é que o haveriam de ser?

Gera-se assim a incompetência, porque se pensa que a vida será sempre aquele mar que se nadou na adolescência. Não resta mais nada se não pedir ao tempo a impossível proeza de andar para trás.

E assim andamos, com gente incompetente, em marcha lenta... um país de tartarugas.


Eu gostava de ser a personagem Hank da série Californication ou Danny Crane do Boston Legal quando chegasse à idade deles... mas as coisas não serão assim, e qualquer um de nós jamais será semelhante a qualquer personagem que por aí apareça. Por isso faça-se o que se gosta, e não o que se "aprende" a gostar

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

"Free Fallin'"



"Sou rei, no meu pedestal, no sítio onde moro.
Tenho todas as necessidades preenchidas, e não há nada nem ninguém como obstáculo para conseguir o que eu quero.
Tenho o que posso, e o que posso é tudo."


Cristovão Romeu

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"(...) fumando um cigarro pensativo"


4 da manhã, impossível dormir, o peso de não fazer nada e tudo ao mesmo tempo.
Levanta-se, pega no isqueiro e num cigarro, algo novo para ele. Muda o cenário, completamente- de uma mesa desarrumada à cidade organizada, que só se vê pelas luzes que iluminam o vazio. Põe o mp3 a tocar aquela música, o cigarro faz o resto... é dos primeiros, é especial. 5 minutos de prazer sozinho.
Depois, o magnífico silêncio e a não menos extraordinária tontura. Pensamento vazio, mãos na cara... flutua. Lindo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Can you hear the horses?"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"(...)"

(biscoitos)

Em dor, escrevo. Apunhalado e sufocado por um sentimento estranho. Determino-me a não o ter, nunca mais. Ela merece que o tenha, e não merece as causas do mesmo.

É tempo de mudar, por ti, por nós. Nunca tive tanto medo de perder alguém.


Amo-te.

domingo, 4 de julho de 2010

"Ouro Negro" VI

Antes de mais, quero agradecer, neste momento em que chego aos 100 posts, o apoio que me deram desde o início d'ADitaEscrita. 100 posts em 9 meses, dá qualquer coisa como mais de 10 posts por mês, e isso deixa-me feliz. Espero chegar aos 200, 300, 1000!... e tocar em temas ainda não explorados.

Passando aos assuntos mais "profissionais":



"Natural, de laranja"

Fiquei feliz e satisfeito com o jogo Brasil-Holanda da passada sexta-feira. Vi-o com um amigo meu e desde cedo o avisei de que iriam haver muitos golos, muito pendor ofensivo de ambas as partes. E, digamos, acertei. Foi um jogo atípico para este mundial, dada a sua irreverência.
Alguns lances de perigo, favorecidos por um Brasil inexplicavelmente fragilizado em termos defensivos (e SE lá estivesse Luisão?); um dia bom para uma Holanda igual a si própria no ataque.
Fiquei contente com a vitória da Holanda sobre o Brasil, porque eliminou um autêntico monstro do futebol mundial, o que projecta no horizonte a possibilidade de, finalmente, uma vitória laranja num Mundial.
Foi sempre uma selecção com a qual simpatizei. Desde o meu primeiro Mundial, quando vi aquele golo fantástico de Dennis Bergkamp à Argentina, passando pelos jogos de apuramento que realizou contra Portugal na qualificação para o Mundial 2002, em que havia um senhor chamado Patrick Kluivert nos seus tempos de glória, um senhor de óculos que encantava plateias não só pela estética dos mesmos (Edgar Davids), um outro que era simplesmente dos melhores extremos da altura e um dos meus preferidos de sempre- Marc Overmars, e claro, os gémeos- Ron e Frank de Boer; até chegarmos aos dias de hoje, com uma nova fornada de jogadores de excelência- Wesley Sneijder, Arjen Robben ou Dirk Kuyt (incrível a forma como aparece em qualquer metro dos 100 de terreno de jogo).
E eu que falei só do que vi "em tempo real"! É que estes jogadores jogam em príncipios de jogo de gerações anteriores- o génio de Cruyff, o virtuosismo de Van Basten, a magia de Ruud Gullit, a disciplina de Rijkaard... enfim, e outros grandes nomes que representaram a laranja.

É assombroso olhar para trás, para estas gerações, este estilo de jogo que sempre entreteve plateias em toda a "Europa e arredores", e não associar nenhuma delas a um título Mundial.
O país, a história, merece-o.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Happyness, comin' and goin'"



Vestígios de infância, longas viagens pelo deserto do Alentejo. Amores assolapados, e experiências extraordinárias.
É o cheiro característico do antigo Volkswagen Polo azul escuro do meu pai, é a luz laranja do porta CD's que indicava o número da faixa e tudo! Era a inocência, era tudo. Resume-se na nostalgia da infância, na dor de pensar... temas de um génio, temas das gentes.

É isso que este música me traz à cabeça, tudo isso. E tenho andado com ela no ouvido desde que desencantei uma composição de acordes na guitarra.

É linda, e até já a editei com letra personalizada: "Lucky Strike".


P.S.: Bracs, Ana Maria Suely, já não sentes falta pois não? :)

domingo, 27 de junho de 2010

"Ouro Negro" V



Simplicidade

Escrevo-vos imediatamente depois dos 4-1 com que a Alemanha blindou a Inglaterra. A Maanschaaft não foi largamente superior à selecção e terras da nossa majestade, contradizendo-se o resultado com a história do jogo (apesar de merecida, a vitória germânica.

Assisti, provavelmente, ao melhor jogo do mundial até à data. Sobretudo a primeira parte. Bola perdida numa área, bombardeada para à frente à procura do contra-ataque, que, quando infrutífero, dava sempre lugar ao contra-ataque adversário... e as oportunidades de perigo dividiram-se, sendo um jogo disputado com muito coração, tal como não têm sido os seus antecessores deste Mundial.
Para isso contribuiu a qualidade colectiva das duas equipas, e algumas individualidades como Gerrard, Rooney, Ozil (onde é que este andava escondido?), Muller (uma das maiores afirmações deste Mundial), Klose ou Lampard (dois remates à trave, um que entrou dentro da baliza... e não contou).

Como se explica a proximidade do nível exibicional com a enorme diferença de golos? Simples eficácia. E não, não é só quando se remata à baliza. Sempre que um jogador alemão pegava na bola, pensava no mais básico do jogo- atacar; soltava a bola, e os passes eram feitos com a simplicidade do jogo e sempre com o mesmo intuito- atacar; chegados à frente, ou rematavam ou passavam a quem pudesse rematar melhor. E já está, é golo. É através da simplicidade do jogo alemão que se explica o sucesso da selecção germânica- não se erram muitos passes, as desmarcações são sempre feitas tendo em conta o objectivo fundamental, e remata-se sempre que se tem oportunidade (há um documentário que mostra a enorme diferença entre o número de remates efectuados pela Alemanha e as restantes selecções).

Uma das favoritas. Simples.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Ouro Negro" IV



Euforia

Sabem aqueles adeptos mesquinhos, que criticam a sua própria equipa mesmo sendo evidente uma determinada excelente prestação? Bem, não me considero mesquinho, mas digo-vos, desde já, que não estou inteiramente satisfeito com o estado da Selecção Portuguesa... sim, mesmo após os 7-0 à Coreia do Norte.

Gostei da exibição de Portugal, a partir da primeira meia hora de jogo, mas até aí houve tremeliques para a nossa baliza- 4 ocasiões de golo criadas em 10 minutos por uma equipa que está à distância de mais de 100 (!) lugares no ranking FIFA. Depois disso, um passe de Tiago a rasgar a defesa coreana acabou em felicidade, e Meireles voltou a não falhar. A Coreia não se deixou inibir, e continuou à procura, apesar da clara desvantagem técnica.

Surgiu a 2ª parte, e houve mais 6 golos. E é aqui que, paradoxalmente, entra a minha preocupação- 5 desses golos foram fruto de situações de contra-ataque. A Coreia abriu o seu jogo, Portugal tem dois alas de classe mundial, e não foi preciso mais para quebrar uma defesa frágil, que esgotou o stock de confiança logo após o 3º golo.
Sorte? Não diria, a vitória é mais que merecida. Mas fica a questão: e se naqueles 10 minutos de superioridade fosse criado um golo? O resultado sorriria a Portugal? Teríamos o carácter de que precisamos para outras ocasiões de maior aflição?

A euforia é boa, e agradeço-a pelos bons resultados que poderá trazer no futuro. Mas não considero que haja condições para tal.

domingo, 20 de junho de 2010

"Ouro Negro" III

(são babuínos a roubar comida num carro de um turista na África do Sul... a atitude das pessoas que lá vivem, e que pouco têm será muito diferente de animais não-racionais?)


Estádios (não tão) repletos

A grandiosidade de um Mundial traria, naturalmente, pessoas aos estádios onde se realizam jogos, e lotações esgotadas em parte deles. Mas isso não tem acontecido. É com tristeza que verifico isso, um Mundial é um Mundial!
Se calhar, devia-se mesmo pensar antes de se fazer um Mundial em África. Com o tempo, a festividade chegaria lá, e não teríamos que ser confrontados com aquele espectáculo de cadeiras vazias. Esse "fenómeno" acontece por motivos que me aparentam ser óbvios: a evidente falta de segurança; alguma reticência em relação à aceitação do futebol como desporto-rei por parte de uma população agarrada ao râguebi; o elevado preço dos bilhetes para uma população, no seu geral, relativamente pobre...

Os países de África, neste caso a África do Sul, precisavam deste empurrãozinho para alcançar alguma notoriedade em reuniões importantes (passando, claro, pelo desenvolvimento de infra-estruturas e alguma expansão e visibilidade que virão por arrasto), mas será que esse empurrãozinho não poderia vir mais tarde? Não se devia deixar as coisas andar naturalmente?

...e para além disso, porquê a África do Sul? Há países no Norte de África que, apesar da praga da corrupção, têm, pelo menos, menos índice de criminalidade. Falo de Tunísia, Egipto, Marrocos... que têm índices de desenvolvimento humano semelhantes, e apesar de não estarem tão anglo-saxonizados e de não terem África no nome, também ficam em África.

Ok, foi a África do Sul que apareceu com a candidatura. Mas não se podia dar um tempo? Sei lá, deixar as coisas crescer.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Ouro Negro" II


"Perfume"

Discreto a entrar no lance, exuberante com a bola controlada. É assim o estilo de Giovanni dos Santos, figura da selecção mexicana.
Vi o seu primeiro jogo no Mundial com atenção, e não pude deixar de associar dos Santos a um célebre jogador sul americano que tem o seu nome começado por R, tem os 10 nas costas, e génio nos pés. Tem o drible, a agilidade, o remate espontâneo, a velocidade... tudo o que um jogador de ataque irreverente precisa, quer como extremo ou organizador.

Deu gosto ver jogar o México por causa dele. Ele foi dos que mais contribuiu para aquela pressão inicial, sufocante, aos homens da casa. Partiram dos pés dele as jogadas mais vistosas, algumas delas candidatas a ficar para sempre nos DVDs dos Mundiais.

No fundo, é uma espécie de samba mexicano a forma de dos Santos jogar. É algo vistoso, com a bola sempre colada ao seu pé, tendo a doença do típico "brinca-na-areia"... futebol por vezes inconsequente, mas que encanta quem ama o desporto. Tem o perfume.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

"Ouro Negro" I



É a primeira conversa sobre o Mundial de Futebol deste ano. Serão apresentadas mais ao longo do evento. Decidi manter alguns aspectos da conversa no seu formato original (letras minúsculas, etc), dando mais familiaridade ao leitor e um retrato fiel do espírito da conversa.

Pedro Machado:
A todos os leitores da ADitaEscrita e X Booker: esta é a primeira conversa que a dupla Pedro Machado e Rui Antunes vai ter sobre o Mundial de futebol 2010. Iremos ter várias conversas ao longo deste certame, e será por este meio que iremos expor todas as opiniões e teorias que surgirem. Esperamos compreensão e moderação da vossa parte, somos simples adeptos de futebol como vocês.
Mas claro, aceitamos críticas construtivas e agradecemos os comentários.

Rui Antunes:
todos se juntam, com amigos e familiares para assistir à prova, sempre à espera que a sua selecção chegue o mais longe possível
o mundial, nada é mais do que a alegria,festa e fantasia dos povos. Eu não mais do que um simples adepto de futebol, no entanto decidi colaborar com este blog ao dar a minha opinião e perspectiva sobre o que poderá ser este mundial 2010. tal como a maioria de vós (espero), há já alguns dias que conto os dias que faltam para a prova começar. o mundial é como se fosse a festa do povo. onde toda uma nação se junta para apoiar a sua selecção.

Pedro Machado:
na conversa de hoje, temos planeados três tópicos principais:
- Selecções favoritas
- Selecções surpresa
- Ausências
comecemos pelo primeiro.
há sempre candidatos crónicos ao título maior de selecções: Itália, Brasil, Alemanha e Argentina lideram, provavelmente o conjunto de prováveis vencedores pelos títulos conquistados. No entanto, há sempre selecções numa forma que não adivinham uma superação de provas anteriores. Temos o caso, este ano, da Espanha (campeã da Europa) e Inglaterra, e, logo atrás, selecções com grande força técnico táctica como França e Holanda.

Rui Antunes:
na minha opinião existem 3 selecções que são mais favoritas que as outras : Brasil, Espanha e Argentina. os canarinhos apesar de deixar algumas estrelas de fora (casos de pato, ronaldinho, adriano) são sempre favoritos, nem que seja pelo simples facto de serem a unica selecção que nunca falhou um mundial. no entanto o brasil tem mais razoes do que essa para se sentir favorito.
A selecção que tem nas suas fileiras jogadores como kaka, maicon, robinho, julio cesar, sem duvida tem razoes para se sentir favorito. a sua fase de qualificação foi efectuada sem sobressalto e apresenta-se com qualidade neste mundial
segue-se a espanha. a Espanha está sem duvida num dos melhores momentos da sua historia. após ganhar o campeonato da europa de 2008, a espanha tem sabido aproveitar a qualidade de jogo efectuada pelo barcelona, que tem na sua espinha dorsal jogadores importantíssimos da selecção espanhola( xavi e iniesta, por exemplo). a juntar a isto há ainda que falar de casillas e de fernando torres e de david villa na frente de ataque.
A espanha é sem duvida das selecções que se apresenta mais forte neste momento e tem tudo para chegar à final e levar a taça do mundo para casa.
Também a argentina se apresenta na àfrica do sul com possibilidades de levar a taça para casa. teve problemas para se apurar para a fase final, no entanto quem tem jogadores como messi, tevez,di maria,aguero pode muito bem acreditar que um destes jogadores resolve um jogo do nada. A argentina pode não apresentar uma noção muito clara de jogo em equipa, mas sem duvida que em questões de individualidades é do melhor que se encontra na africa do sul.

Pedro Machado:
relativamente ao brasil, não creio que a força do escrete seja a de outros tempos. não vejo o Brasil como claro favorito como vi nas 3 edições anteriores. Têm, na minha opinião, um guarda-redes no top 3 mundial, a defesa é sólida, o meio-campo de classe mundial, e o ataque não deixa nada a desejar. No entanto, falta um pouco aquilo que caracterizava o Brasil de outros tempos- a magia do futebol criativo (quando havia, em tempos distintos [obviamente] Romário, Bebeto, Rivaldo, Ronaldinho, Ronaldo...). Tirou-se um pouco a mística à selecção brasileira, e o jogador brasileiro precisa dessa magia... mas claro, esta geração é a mais "europeizada" de sempre. Fica a dúvida...
a espanha, ao contrário do brasil, já é mais facilmente considerada favorita. A "fúria" deixou de ser, com a conquista do campeonato da europa, uma eterna candidata a um título para ser uma legítima favorita com todo o consenso. Tem o melhor meio-campo do mundo, e soluções de luxo no banco; um ataque de sonho (embora a ausência de Torres possa pesar), e um guarda-redes seguríssimo. A acrescentar a experiência e qualidade de Del Bosque. Imagina-se, finalmente, uma Espanha campeã.
De entre o lote de favoritos, acho que uma última selecção merece destaque: Inglaterra. Apesar da ausência do capitão, contam com um dos melhores jogadores do mundo (Ronney), e um meio-campo fantástico (Gerrard-Lampard)... e claro, um treinador com uma experiência e palmarés invejável. Se se queixavam, antes de ..
falta de disciplina, irão tê-la agora- "Fabio Cappelo is the solution". Este favoritismo ficará consolidado caso a defesa (sobretudo os centrais) e os homens que servem a frente de ataque estejam ao nível dos seus colegas (Rooney, Lampard, Ashley Cole são sempre valores seguros). Algo a acrescentar, Rui?

Rui Antunes:
penso que a inglaterra pode fazer um mundial bom, no entanto nao a consigo ver como potencial vencedora. ficou com um central titular muito perto do começo da prova e tambem é de se notar a ausencia de beckam...
no entanto estas ausências podem fazer esta selecção mais unida e ainda mais motivada. veremos como se ira portar fabio capello com a selecção de sua majestade.

Pedro Machado
Não sei até que ponto beckham não destabilizaria o rigor de disciplina imposto naturalmente por fabio capello. é sempre um "se". No entanto, seria sempre uma mais valia.

Rui Antunes:
discordo com esse ponto... nao é por acaso que beckham vai acompanhar a comitiva para ser um elo de ligação entre jogadores e equipa técnica.

Pedro Machado:
mas uma coisa é a vedeta dentro do plantel, outra é o "padrinho" da selecção. creio que se integrasse o plantel, não seria a mesma coisa.

Rui Antunes:
vedetas penso que são eles todos. aliás esse é um dos problemas das selecções inglesas, excesso de vedetismo

Pedro Machado:
beckham ja teve problemas desse tal vedetismo, foi um jogador problemático no fim dos seus dias em Old Trafford. Alex Fergurson, tal como Capello exige disciplina aos seus jogadores, e Beckham, com todo o seu historial, nao iria aceitar bem um afastamento, ou uma substituição. E claro, com isso, problemas no balneário

Rui Antunes:
podes passar ao próximo topico.

Pedro Machado:
passando ao proximo topico, Selecções surpresa. Rui, no teu parecer, quais são aquelas selecções que podem causar espanto?

Rui Antunes:
eu penso que apesar de não ser uma selecção com grande potencial, a àfrica do sul pode fazer uma gracinha. todos devemos estar relembrados da fantastica prova da coreia do sul em 2002, na qual era país oragnizador, e quem sabe a africa do sul nao consiga algo parecido?...
por outro lado penso que a selecção da costa do marfim possa aparecer forte, talvez eriksson tenha dado uma certa cultura táctica aos elefantes, no entanto tudo vai depender da recuperação ou não) de drogba...
por ultimo queria deixar uma opinião de uma selecção que entra em prova já amanha e acredito que tem potencial para fazer algo, falo do uruguai. é uma opinião pessoal.

Pedro Machado:
a selecção anfitriã é sempre uma candidata à gracinha, independentemente da reputação ou lugar no ranking. foi assim em 2002, como referiste. A África do Sul é, por isso, candidata a Selecção Surpresa.
O Chile também tem uma equipa que conta com um conjunto fantástico- não em termos de individualidades, mas como equipa. Evidência disso mesmo são as prestações de Matías Fernandez na selecção (incomparáveis às exibições no Sporting).
Os EUA têm vindo a desenvolver-se exponencialmente no que ao futebol diz respeito. A MLS (liga norte-americana) tem ganhado reputação e concebido bons talentos, sendo já uma exportadora com relativo peso no futebol europeu. A selecção conta, também com a experiência de Landon Donovan, Tim Howard e apresenta talentos com futuro risonho pela frente (Michael Bradley é o exemplo maior).
Gana, Costa do Marfim e Nigéria, apesar das ausências, são selecções a ter em conta no que toca a selecções surpreendentes, tanto pela qualidade como pelo factor "casa emprestada".
Para terminar, as ausências (que são muitas) neste mundial. Achas que seleções como Gana (Essien), Holanda (Robben) ou mesmo Portugal (Nani) perderão fulgor com as perdas de jogadores-chave?

Rui Antunes:
sem duvida...todos este jogadores são importantissimos nas suas selecções e nao há jogadores que os possam substituir tão bem, no entanto, isto pode levar a aparecerem outros jogadores (caso de danny na nossa selecção) mas eu penso que a selecção que fica mais fraca devido ás ausencias é a inglaterra( beckam e rio ferdinand sao jogadores importantíssimos dentro e fora de campo).

Pedro Machado:
sim, concordo com o aparecimento de outros jogadores. A motivação nesta competição é sempre enorme, e se um concorrente de posição vê uma oportunidade para se mostrar ao mundo surgir assim, naturalmente que a sua moral irá subir. Logo, a substituição poderá trazer um algo positivo às selecções privadas dos seus "jogadores-chave"...
A mais afectada, a meu ver, será o Gana... pelo que vi e soube, é uma selecção muito dependente de Essien (apesar de existirem outros valores como Asamoah ou Appiah). Robben estava numa forma fantástica, e seria provavelmente o melhor jogador holandês a actuar... a Laranja Mecância não será a mesma sem ele. Balack era fundamental para o equilíbrio emocional da selecção alemã...
Perdê-lo assim, foi um duro golpe dado pelo destino.
A Itália conta com um meio-campo excelente... mas ninguém substitui Pirlo. Apesar de regressar ao terceiro jogo da fase de grupos, poderá já ser tarde demais e as condições físicas não serão as mesmas. É esperar para ver.

Rui Antunes:
Isto leva-me a questionar : Será que as datas para os mundiais se relaizarem são as melhores? Penso que não...
Não é com os jogadores depois de um ano inteiro a jogar pelos seus clubes tenham capacidade física para estarem no seu melhor momento. Talvez seria melhor dar umas ferias aos jogadores e so depois começar o estagio das selecções.

Pedro Machado:
Concordo plenamente. deveria haver uma ponderação por parte da FIFA relativamente a essa questão. Há jogadores esgotados de épocas intensas, alguns deles com 50 jogos nas pernas e centenas de horas de treino, onde também se desgasta o corpo. Na minha opinião, a solução passa pela flexibilidade da data de realização do campeonato do mundo.

Rui Antunes:
concordo 100%

Pedro Machado diz:
E assim fechamos a primeira conversa sobre o Mundial 2010. É já hoje, dia 11, que se dá o pontapé de saída.
Nós voltaremos muito brevemente. Fica o apelo ao comentário.

Rui Antunes:
até à próxima.

terça-feira, 1 de junho de 2010

"A better place where I can start all over!"


Playlist de Maio:

Eels- Prizefighter
Gogol Bordello- Ultimate
Gogol Bordello- Super Taranta!
Limp Bizkit- I'll Be OK
Etta James- At Last
Da weasel - Agora e para sempre (Paixão)
George Michael- Careless Whisperer

domingo, 30 de maio de 2010

"Shadows of forbidden ancestors"

sábado, 29 de maio de 2010

"A noite era calma, a chuva era intensa (...)"


Foi o teu olhar (sem as lentes verdes), a tua timidez... no fundo, o teu passo inseguro. Aquela carinha de anjo, envergonhada por qualquer ponta de exuberância que pudesses provocar. Foi isso que começou este caminho, que "tão depressa passou" (como os nossos momentos) até aos dias de hoje.
Primeiro as mensagens, a minha e a tua conquista por cada um de nós. Chegámos depressa à cumplicidade, e daí às quartas-feiras especiais, estiveram poucas etapas.

Veio o amor, o meu e o teu, e depois das inseguranças que este trouxe... a bonança, o compromisso previsível de duas pessoas que gostam uma da outra. A intimidade veio depois, e surpreendeste-me dando quase tudo o que podias, ou o que mostravas conseguir dar.

Fomos passando várias etapas, percorrendo quilómetros temporais por vezes ricos em adversidades. Mas enfrentámo-las, quase sempre de cabeça erguida, e prevalecemos. Porque soubemos sempre o quê e quem queríamos.

Agora, passados 6 meses desta curta jornada, olho para trás, e vejo ainda muita estrada, muitos desafios (desde boas relações com os amigos um do outro [que nos aconselham a deixar-mo-nos, por não irem com a nossa cara], até a uma maior intimidade, passando sempre pela aceitação da personalidade de cada um)... contigo ao meu lado.

Amo-te.


P.S.: Previsível?

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"(...) now I run from you"


Ainda não me bateu...

Dei por mim a pisar os vidros partidos da garrafa que bebemos juntos. Andei para trás, e pisei-os um a um, relembrando-te. Boa colheita, essa do ano 2005.
Mas lembrei-me sem saudade. Curiosidade apenas.
Voltas a falar para mim, agora, querendo o que ainda não tiveste de mim. Não to dou, desculpa. Sofri, e não quero sofrer o que falta sofrer.

Mereces ser feliz... e eu também, Maria.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"That's just the way it is"


Lavo os dentes à pressa. Estou atrasado para a apresentação de um trabalho importante a nível académico. Saio de casa a correr, cabelo desarranjado e sapatilhas apertadas. Encontro uma amável senhora que me diz "O 27 já passou". Agradeço e desejo-lhe, com toda a sinceridade, um bom dia.
Não tenho tempo para esperar pelo próximo autocarro, e começo a andar em direcção a uma paragem que tenha autocarros compatíveis com o meu destino. Nesse percurso, encontro uma espécie de parceiro (isto é, com o mesmo problema que eu). Paramos no sinal vermelho, antes de duas passadeiras com semáforos. Fica verde na primeira, e atravesso com ele... na segunda, ele pára por estar vermelho e eu avanço por não haver carros a passar. Aproveito a oportunidade e ultrapasso-o. Qual oportunista.

Foi inevitável fazer a ponte para o que se passa nos dias de hoje, no mundo empresarial (e não só). Os mais jovens, matreiros, aproveitam qualquer chance de uma progressão mais rápida, e os mais velhos, os clássicos, são ultrapassados sem dó nem piedade. São esquecidos.
Não vou ser hipócrita e dizer que não gostava que isso me acontecesse (claro que gostaria de uma ascensão na carreira, em detrimento de quem quer que fosse)... mas não queria ser o prejudicado.

domingo, 23 de maio de 2010

"E se (...) fosse feito nos Açores?"



Com a revolução tecnológica, e principalmente através da internet, o nosso mundo foi abrindo portas para os amadores. É assim com a música, ou, mais escandalosamente, o humor. Agora, qualquer um pode pegar num DVD de um filme ou série, gravar som por cima e apresentar a "obra" no youtube.
E o mais espantoso, é que os resultados acabam por entreter quem procura outro tipo de humor.

Este vídeo é o caso. Recomendo.

sábado, 22 de maio de 2010

"Incrrreíble!"


Crónica escrita por José Mourinho ao "serviço" do diário desportivo online MaisFutebol, depois do jogo Portugal-Holanda, no estádio das Antas a 21 de Março de 2001.

"Portugal-Holanda. Figo marca e o jogo termina. Desço em direcção ao balneário holandês, onde ex-colegas e ex-jogadores estão em número considerável.

Com a sensibilidade de quem sabe a dureza dos minutos pós-fracasso, não quero falar de futebol. Pergunto pelos filhos, convido-os para uma francesinha visto que os barcelonistas pernoitavam uma noite mais na Invicta, esperando o voo da manhã para Barcelona, recebo encantado a camisola de Philippe Cocu, entrego a Patrick Kluivert o tradicional beijo da minha filha por ele apaixonada (só tem quatro aninhos!)...

No entanto, o desânimo, a frustração, a revolta interior era tal que não conseguiam deixar de visualizar, pensar e comentar o jogo. As comparações com o FC Porto-Barça do ano passado eram inevitáveis pela facilidade da vitória de então: Zenden diz-me que o jogo tinha sido ainda mais fácil do que dessa vez e que não entendia o que se passara; Reiziger diz que com tantos quilómetros nas pernas já deveriam saber que o jogo só termina quando de facto termina; Frank de Boer simula um gesto de disparo de pistola na própria cabeça; Van der Sar olha o chão fixamente...

Confesso que não fiquei insensível. Jogaram optimamente, trabalharam tacticamente de forma fantastica, foram melhores que nós durante oitenta minutos. Mas se o futebol já foi tantas e tantas vezes injusto para Portugal e para o futebol português, pois...aceitemos de mãos abertas e um sorriso nos lábios este presente que deus futebol tinha reservado para nós!

Entretanto, regressa Louis van Gaal da conferência de Imprensa. Olha-me nos olhos e solta no seu castelhano de sotaque holandês:
- Incrrreíble!

Após 3 épocas de convivência diária, sabendo o que lhe ia na alma, abracei-o e disse-lhe:
- Para a semana telefono-te."

Já passaram várias... e é hoje.

domingo, 16 de maio de 2010

"Tu querias perceber os pássaros"


Olhos perdidos, enfeitados com a consequência da ressaca que o mata. A cara, morena do sol. O corpo, imundo. A alma, deslavada.
Encontra-se perdido. Houve alguém que o chamou para algum lado prometendo-lhe aquilo que ele mais queria neste mundo, que era o que lhe parecia afastar dele. Andava agarrado a essa ilusão, tal como todos os seus parceiros de sonho. Desesperados em 80% do tempo que passavam acordados, não passavam um dia sem essa porta que dava para um outro lado distante do mundo triste em que viviam.
Ele era apenas mais um, desprezado por todos os que lhe deitavam os olhos em cima. Achava-se incompreendido, o coitado, sem ter a noção de que entrar nessa porta muitas vezes seria uma descida para o abismo.

A frustração dele pelas pessoas que o viam, e a ressaca que o afectava não lhe impedia de esquecer as boas maneiras com que fora criado. E quando pedia algo a alguém e este lhe negava, desprezando-o com um insulto, ele respondia, no seu tom mais inofensivo: "Obrigado, bom dia".

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Mostra a tua raça (...)"



Podiam alegar que o Benfica venceu a Liga Sagres por ganhar jogos que não merecia ganhar - Leiria, Naval na Luz ou Guimarães; podiam alegar que o Benfica foi superior pelo facto de a Comissão Disciplinar da Liga ter suspendido dois jogadores influentes aos dois concorrentes directos dos encarnados; podiam alegar que o Benfica venceu os jogos que venceu por passar "um terço do campeonato a jogar contra 10"; podiam alegar que o Benfica venceu pelas grandes penalidades que favoreceram a equipa da luz. Podiam, mas não corresponde à verdade: houve jogos em que o Sp. Braga e o FC Porto não mereciam vencer ou empatar, e conquistaram pontos; houve jogos em que o Benfica foi superior e não venceu (Setúbal, Marítimo na Luz); e, mais importante, o Benfica foi superior aos rivais directos em pelo menos um jogo. Já para não falar da resposta dada em, por exemplo, Matosinhos ou na Madeira, locais onde nem FC Porto nem Braga (respectivamente) venceram, e onde o Benfica foi largamente superior.
Aliás, o Benfica foi superior aos seus adversários em qualquer campo excepto em quatro (Dragão, AXA, Bonfim e Olhão). E aí fica, apenas, uma pequena parte da superioridade demonstrada pelo Benfica ao longo da época.

Quanto a mim, mesmo observando o que foi a época 2009/2010 pelas ópticas de Miguel Sousa Tavares, Rui Moreira, Domingos Paciência ou Pinto da Costa, o Benfica foi um campeão incontestável. Não há volta (nem argumentos) possível a dar...

Podem falar de milhões, gastos. Mas eu só vejo as coisas pelos milhões ganhos. Mais precisamente: 1 milhão. O número de adeptos que assistiram à grande temporada do campeão nacional.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"All!... hell!... can't stop us now!"

Metam o volume no máximo, pode não se ouvir bem.



Não custa reagir, se tens o poder...

R(E)AGE!!!!!

terça-feira, 4 de maio de 2010

"Foi em Setembro que te conheci"



Conheci-te em Setembro de 2008. Uns olhares que te deitei, e o apelo da tua parte ao teu consumo tomavam conta de mim, antes. Mas foi em Setembro de 2008, que te conheci.

Nessa altura, precisava mesmo de algo como tu. Uma porta que desse para um lugar diferente, nem que fosse por uns momentos. Foram dois ou três beijos, e a coisa ficou-se por ali... por não ter capacidade para te suportar e para "trabalhar" contigo.

Voltamo-nos a encontrar em Setembro de 2009, e aí sim, já tinha outro andamento para ti. Foram mais que dois ou três beijos e foi mais que uma vez. A simpatia por ti crescia, e eu, sem saber, afundava-me...

... mas bateu forte. Quando me levaste ao expoente da loucura não aguentei, e sucumbi aos teus passos mágicos. Foste mais forte do que eu, e fiquei quase sem reacção.
Apercebi-me que não eras boa companhia, e vi todos os males que contigo vinham. Acostumei-me à ideia de que não valia a pena ter a tua atenção com tanto prejuízo.

Esqueci-te. Foi fácil. Mas sonhei contigo ontem- fazias-me sentir bem outra vez, com todos os teus prazeres... até acordei mais bem disposto e nem senti o cansaço natural de menos 3 das habituais horas de sono!
Isso fez-me pensar ainda mais em ti, e o teu poder continua a dar cabo de mim.
Se não existisses, não havia tantos felizes artificiais por aí.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

"Simply the Best!"

domingo, 25 de abril de 2010

"parto rumo à primavera, que em meu fundo se escondeu"


Sozinha, aparentemente. Dizem-lhe de tudo, passa-lhe ao lado. Já lhe passaram os tempos de glória, mas isso passa-lhe ao lado. Nada a atinge com impacto. E ela segue para a vida, sozinha. Caminha, devagar, sobre o piso irregular dos 40 à esperança de encontrar um elixir que a rejuvenesça.

Quando ainda está no início, parece encontrá-lo. "Finalmente!", exclama com alívio. A solução dela para a estabilidade, o sonho de se tornar jovem outra vez e para sempre. Aquilo que andava a precisar. Todos os problemas curados pelo encontro de todas as soluções numa só embalagem: reconhecimento da juventude, sexo e poder. Podia, agora, despreocupar-se...

... mas tudo não passa de uma miragem, criada pelo destino que pune quem não aceita o estado vivido. E chora.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Cinco da manhã. Cerveja, Martini e Morfex"


A ascendência está-nos presente. Não só em nós, mas na nossa alma, nas nossas experiências. É o passado do qual jamais podemos fugir. Em tudo, as origens são algo enraizado com a força de uma, duas, três vidas.

A ascendência da minha vida amorosa (e dos que de mim descenderão) está presente em ti, acorrentada ao momento em que nos beijámos pela primeira vez atrás do pavilhão. Éramos virgens de quaisquer experiências daquela dimensão, imunes a qualquer facada na inocência.

Por mais que tente fugir, por mais que tente abandonar o passado, jamais poderei sair do momento em que o amor bateu mais forte que nunca. Foste e és presente pelo momento que eu não queria assim tanto, e tu querias obsessivamente.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Good Times, Bad Times"


A viagem de finalistas passada em Ibiza continua-me a deixar marcas: foi graças ao evento que comprei um imenso arsenal de leitura- principalmente revistas. Nesse, encontrava-se a Blitz (que voltava a comprar passados uns bons meses... que saudades que já tinha das crónicas do Dr. Bakali!) com um tema de capa extremamente apelativo em termos pessoais- Heróis da Guitarra.

Deixei o melhor para o fim, e ainda estou para ler a parte final desse mesmo artigo, no entanto houve algo nele que me chamou a atenção: a entrevista concedida por Jack White (White Stripes) e Jimmy Page (Led Zeppelin) a promover o documentário "It Might Get Loud", com os próprios.
Nessa entrevista, Jack e Jimmy partilham, entre muitas e mais valiosas coisas, o "desdém pelo Guitar Hero" (tal como refere, precisamente, a Blitz numa legenda a uma foto dos dois).

O lendário Jimmy Page diz que não acha que qualquer pessoa consiga ficar familiarizado com a música a partir do jogo, recusando convictamente essa ideia. Jack White partilha da mesma opinião, pegando nas más da fita das editoras que afirmam a importância do jogo para a chegada de novos talentos com ideias inovadoras.

Ora bem, eu, por muito que venere Jimmy e admire Jack, não consigo concordar com eles. Porquê? Por uma razão simples: foi o Guitar Hero que me pôs a "pulga atrás da orelha" no que ao tocar guitarra diz respeito; foi o Guitar Hero que me aproximou da ciência da música, e das suas origens; é, ainda hoje, o Guitar Hero, que faz o miúdo sequioso de atenção dentro de mim sonhar com a presença num palco respeitosamente observado por dezenas de milhar de pessoas.

Eu próprio fui afectado pelo jogo, e não trocaria a forma como a minha aproximação se deu. Conheço a quem tenha acontecido semelhante... no entanto, não conseguir ver o que o jogo fez à indústria é compreensível dado o tempo que os dois guitarristas levam de guitarra- são mudanças que não se aceitam pela falta de estudo sobre as mesmas, tal como, por exemplo, o direito da igualdade racial num determinado país (nesse, qualquer ideia contra a mesma será ridicularizada ou marginalizada...).

Compreendo os meus ídolos, mas não concordo (NADA!) com eles.